A temporada é de campanha eleitoral e de aplicação do marketing político para convencer o eleitorado a escolher o melhor produto (candidato) nas urnas. É o período mais importante da nossa democracia. Será que os partidos políticos estão apresentando candidatos à altura do que quer o povo?
Muito se tem comentado pelas redes sociais se a ideologia dos candidatos a cargos eletivos se encaixa dentro das propostas de suas legendas partidárias, cujos objetivos claros são a defesa dos interesses de uma parcela da população, e a de perseguir a conquista de vantagens dentro das três esferas do Poder, e assim fazer valer seus interesses corporativos.
Apesar da influência dos mais velhos, a juventude brasileira já percebeu essa diferença, e vem trocando informações com conteúdos mais aprofundados pelas redes sociais, que são canais de informações que permitem a politização de determinado segmento-alvo, que já percebe claramente que maioria dos políticos não mais representa a sociedade.
Como exemplo a atuação bastante duvidosa dos representantes do povo nos Parlamentos, se legislam em nome de quem e para quem, já que é práxis virarem as costas para quem os elegeu, preferindo dar apoio ao prefeito, ao governador, ao presidente da República.
Já está internalizada no imaginário social a idéia de que a corrupção está presente na relação Legislativo/Executivo, que reside dentro de gabinetes de gestores, e de que ela, a corrupção, é destaque entre políticos de todos os matizes, com ou sem mandato. A isso podemos associar dois pressupostos bastante fortes na cabeça do cidadão mais insatisfeito com toda uma realidade social: um, que a corrupção é um produto cultural de nosso país; outro, de que ELES são os corruptos e NÓS não somos.
É fácil constatar a presença desses conceitos quase doutrinários, que ocorre em todos os pleitos, citando como exemplo o município de Novo Airão (AM), onde o ELES se configura àqueles políticos mais distantes e inescrupulosos que dão o ar da graça a cada ano eleitoral, como se ELES fossem de um “planeta distante”, muito mais próximos das relações com o poder dos poderosos. Já o conceito de NÓS, nesta análise, representa parcela maciça da população explorada, marginalizada, esquecida, vitima da ação desses vândalos políticos que mantém viva a chama da insatisfação da sociedade.
Mesmo que a corrupção esteja lá e cá interferindo na vida dos municípios e de seus munícipes, a inquietação do povo, hoje, clama por algo novo, e o momento mais oportuno para afastar de vez esse algo de ultrapassado é esse, através do voto consciente no dia 2 de outubro. O ELES sabem que o NÓS não é mais bobo e sabe muito bem quem está do seu lado, solidário à verdadeira defesa de seus direitos, e sabe quem é capaz de estabelecer metas para resolver os problemas sociais e econômicos de cada comuna. É só se impor nas urnas.
Foi por conta de escolha errada de prefeito que levou o município de Novo Airão ao retrocesso e a população vem amargando prejuízos desastrosos desde as três últimas infelizes administrações: Wilton Santos (2005/2008), Leosvaldo Roque (2009/2012) e agora com Lindinalva Ferreira (2013/2016), que não souberam elaborar e aplicar programas de políticas públicas para saúde, educação, habitação, segurança, turismo, entre outros fatores pertinentes ao bem-estar e qualidade de vida da coletividade. Resultado: o município continua patinando no fundo do poço.
A ideologia maior de ser prefeito é o desafio de planejar o crescimento socioeconômico do município a partir de iniciativas políticas e técnicas que visem à excelência na gestão e não o de ficar brincando com o povo, daí a incerteza sobre os rumos políticos com a eleição do novo gestor para os próximos quatro anos.
* Garcia Neto é professor e jornalista