
A beleza do guerreiro em meio aos desejos dos deuses
Narciso era um índio pertencente à tribo dos Manaós, alto e avantajado, com o corpo delineado por músculos, cabelos lisos e compridos.
Admirado e desejado pelas Icamiabas, quando passava costumeiramente pelo rio Amazonas em sua piroga, o sol estridente corava seu corpo pardo e másculo, o esforço do remo que cortava as águas ao navegar fazia o suor escorrer, tornando o corpo a brilhar.
Os rituais de adoração a Tupã tinham como alvo o coração apaixonado do guerreiro, nas preces das índias amazonas que margeavam seus costumes no rio de cor barrenta.
Outrora, na solidão da noite em pleno luar, exibindo-se para as beldades no barranco a olhar, descendo a correnteza e sentindo os pingos do orvalho banhando o lombo desnudo que estava a passar.
Um raio atingiu a sumaumeira da beira do rio, um galho quebrou e acertou a cabeça do belo índio, que veio a morrer afogado na água que estava a admirar.
As guerreiras que estavam apreciando o guerreiro choravam ao ver a correnteza levar o corpo, indagaram a Tupã – por que fez isso com Narciso? Agora não temos mais o lindo índio para anelar.
Tupã disse-lhes – Eu não fiz nada com ele, apenas podei a árvore que fazia sombra e vetava o reflexo da minha amada Jaci no espelho da água. Quem matou ele afogado foi Yara.
Yara disse a Tupã, engraçado que eu achava que você olhava-me apaixonado e que tinha atingido a árvore para melhor me ver, mas agora que entendi que seus olhares eram para ver o reflexo da tua amada Lua.
Jaci, a deusa da Lua, chorando disse – Irei clarear a correnteza das águas até que ele desapareça, adorava ver seu esbelto corpo e principalmente o seu olhar no reflexo da água à noite que ele vinha pescar.
Shouwwww, parabéns Moisés !!!