Almas Gêmeas – por Flávio Lauria

Flávio Lauria é Administrador de Empresas e Professor Universitário

Caros leitores e leitoras, a nossa vida é um grande ato de teimosia e a mente é o portal para que o homem atinja a sua real dimensão cósmica. O caminho é longo e o aprendizado difícil, mas o homem vem resistindo ao longo dos séculos. Ultimamente, tenho meditado sobre a aventura humana na Terra, a angustiante era de incertezas e contradições em que vivemos e, a cada dia, fica mais claro aos meus olhos, que o tema central da vida é o amor e o desamor. A violência, a injustiça, a fome, as guerras, são diferentes faces ou os vários sinônimos da palavra desamor no mundo. Isso tudo pode parecer óbvio, mas é tão difícil de aceitar e aplicar em nossas vidas.


Todo esse preambulo é para falar de alma gêmeas, que parece ser algo só do espiritismo. Antes de compreender mais sobre espiritismo vidas passadas e as almas gêmeas é preciso remover um pouco do romantismo do cinema e literatura fantástica do conceito. Almas gêmeas para a doutrina são dois espíritos com extrema afinidade e laços de amor e fraternos. Isso é bem diferente do narrado no cinema como dois amantes prontos para casar e ter filhos. O termo foi usado pela primeira vez na doutrina kardecista pelo espírito Emmanuel na obra psicografada por Chico Xavier com o título de “O Consolador”.

Na obra o relato é de dois espíritos com laços fraternos únicos os quais conviver por longo período e assim deixando o conceito também presente no espiritismo. Historicamente o termo ‘almas gêmeas’ vem sendo usado há milênios para definir a relação amorosa entre duas pessoas. Não se sabe ao certo quando começou. Mas acredita-se serem termos relacionados à modernidade. Isso porque por centenas de anos o casamento era uma convenção social e as relações amorosas eram tratadas como moeda de troca. Todos nós temos a oportunidade de saldar karma através dos nossos relacionamentos.

Flávio Lauria é Administrador de Empresas e Consultor.

O primeiro karma que enfrentamos na vida é a nossa família. Com ela aprendemos as mais belas lições de amor e de perdão. Por vezes, temos também grandes missões conjuntas para ajudar ou enobrecer os outros. À medida que crescemos, as nossas relações mudam: dos pais e irmãos passamos aos companheiros ou conjugues. Os casamentos geralmente também são relações kármicas, em que há dívidas a serem saldadas, com grandes aprendizagens evolutivas para a alma. Do ponto de vista das vidas passadas, há três tipos básicos de casamentos:

1º União das almas irmãs: as almas irmãs são semelhantes e aprendem as mesmas lições; muitas vezes trabalham juntas numa missão comum. São uma espécie de colegas na sala de aulas da vida;

2º União kármica: pessoas que pouco ou nada têm em comum e que se reúnem para equilibrar o Karma. Antes de encarnarem, marido e mulher podem ter concordado em trazer ao mundo determinadas crianças que também fazem parte do seu grupo kármico. Estas almas pretendem corrigir os erros do passado e, por vezes, funcionam numa relação de amor-ódio. Quando o Karma é resolvido, a relação acaba por se dissolver;

3º União de almas gémeas: uma alma gémea é a nossa metade e podemos ou não estar unidos a ela na vida atual; a alma gémea pode nem estar encarnada. As duas almas formam uma na totalidade da realidade divina. Nisso eu acredito muito, pois é o meu caso. Todos nós encarnamos pela primeira vez com a nossa alma gêmea: um simboliza a polaridade masculina e o outro a feminina, para realizarmos juntos uma missão e evoluirmos espiritualmente.

Mas caímos do estado de perfeição e harmonia divina com as nossas ações e criamos karma com a nossa alma gémea e com outras almas, afastando-nos. Assim, reencarnamos com todos aqueles com quem temos que saldar as nossas dívidas até sermos merecedores do encontro mágico que é a união com a nossa metade cósmica. Platão já dizia: «Quando as almas gêmeas se encontram, o par perde-se numa admiração de amor, amizade e intimidade.» Por vezes temos breves encontros com a nossa alma gémea, encontros esses que nos lembram de quem somos e que nos preparam para nos encontrarmos no futuro. Como reconhecer a nossa alma gémea, se reconhecemos também almas afins? É uma sabedoria interior que sabe o quão especial essa pessoa é, através de um olhar, principalmente quando se passam vinte e quatro ou vinte e cinco anos após o conhecimento.

Flávio Lauria é Administrador de Empresas e Consultor.

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