
A Operação “Defaunação”, conduzida pela Polícia Federal nesta terça-feira (12), é um desdobramento da investigação desencadeada após a apreensão de macacos na residência da influenciadora Nicole Bahls no início de 2023. O foco da operação foi o combate ao tráfico ilegal de animais silvestres, resultando na prisão de três indivíduos, incluindo um bombeiro, e na apreensão de animais submetidos a terríveis maus-tratos.
O grupo criminoso, que supostamente obteve lucros da ordem de R$ 15 milhões em um ano, engendrava falsificações de documentos públicos do Ibama e do Inea, dificultando assim as ações de fiscalização. A operação da PF contou com mandados de prisão preventiva e busca em várias localidades, contando também com o apoio de outras instituições. A investigação revelou o envolvimento de servidores públicos e profissionais da área veterinária.
Os números da crueldade são alarmantes: pelo menos 120 macacos-prego, incluindo espécies ameaçadas de extinção, foram traficados, além de outras criaturas como iguanas, cervos, araras e papagaios. Os criminosos anunciavam seus produtos nas redes sociais, estipulando preços que variavam de R$ 20 mil a R$ 120 mil.
As acusações enfrentadas pelos envolvidos são severas e incluem crimes como organização criminosa, receptação qualificada, crime ambiental, peculato, falsificação de documentos e selos públicos, falsificação de documento particular, uso de documento falso e falsidade ideológica. As penas potenciais chegam a 58 anos de reclusão.
A operação teve como objetivo principal combater a defaunação, um fenômeno que não apenas causa a diminuição acelerada e drástica de espécies animais em seu ambiente natural, mas também contribui para o empobrecimento dos ecossistemas e a perda de suas funções ecológicas.
O que dizem as autoridades
Em nota, o Instituto Estadual do Ambiente (Inea) informou que não compactua com desvios de conduta e que preza pelas boas práticas na atuação dos seus servidores, sempre de forma ética e comprometida. “No caso da operação deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta terça-feira trata-se de ex-servidores, que não trabalham mais no Instituto”, afirmou
Fonte: g1