Cadelinha que acompanhou Lula na prisão será a nova inquilina do Palácio da Alvorada

Resistência é o nome da cachorrinha que saiu das ruas para morar no Palácio - foto: recuperada

Lembra da Resistência, a cachorrinha vira-lata que ficou 580 dias em frente à prisão onde Lula foi mantido em Curitiba, no Paraná? Ela foi adotada pela futura primeira dama Janja – Rosângela Lula da Silva – no fim de 2019, e, a partir de janeiro, vai morar simplesmente na residência oficial da presidência da república, o Palácio da Alvorada, em Brasília. Olha que chique!


Resistência, já está sendo chamada de Cinderela, em alusão à personagem famosa do desenho da Disney que era órfã de pai e mãe, sofria maus-tratos da madrasta e acabou se tornando princesa.

Na nova casa, Resistência terá um jardim enorme para correr, piscina, vista panorâmica para o Lago Paranoá, visitas ilustres e, quem sabe, poderá até participar de algum churrasquinho com os companheiros.

Essa cachorrinha faz parte da família agora. Ela ficou 580 dias lá na Vigília, em Curitiba, sofrendo, dormindo no frio, passando necessidade. Depois a Janja levou ela para casa, cuidou dela. Agora ela está aqui comigo. O nome dela é Resistência – foto: Ricardo Stuckert

Como foi resgatada

Resistência não arredou as patas da frente do prédio da Polícia Federal, em Curitiba, onde Lula ficou 580 dias preso. Ela foi batizada com esse nome pelos militantes que a alimentaram e protegeram durante quase um ano e meio.

A cachorrinha magrinha e dócil ficava junto com eles, enrolada com um lenço vermelho, ao relento, no acampamento Lula Livre.

E Janja não resistiu aos olhos triste e carentes da Resistência! Acabou adotando a bichinha. Começa ali a virada na vida da então cachorrinha sem dono.

A virada

Ela foi levada ao veterinário, tomou vacinas, aparou os pelos e no lugar do lenço vermelho, Resistência ganhou uma estrela na franja… e um lar!

Lula conheceu a mascote quando foi solto, em novembro de 2019, por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin.

Fachin anulou os processos contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e considerou que a 13ª Vara de Curitiba “não era o juízo competente para processar e julgar Luiz Inácio Lula da Silva”.

O mesmo Supremo já havia declarado, meses antes, o ex-juiz Sergio Moro – que acabou se tornando mais tarde ministro da Justiça do governo Bolsonaro – suspeito para julgar o ex-presidente Lula.

Xodó da família

Quando Lula conheceu a Resistência, foi amor à primeira vista. Ela virou o xodó do futuro presidente e até mascote das bandeiras do PT, pelos direitos dos animais.

Em abril de 2020, seis meses após ter deixado a prisão, ela foi apresentada oficialmente como a “filha” da família Lula:

“Essa cachorrinha faz parte da família agora. Ela ficou 580 dias lá na vigília, em Curitiba, sofrendo, dormindo no frio, passando necessidade. Depois a Janja levou ela para casa, cuidou dela. Agora ela está aqui comigo. O nome dela é Resistência”.

Na residência oficial da presidência

Quando se mudar para Brasília, a partir de janeiro, Resistência não estará sozinha.

Ela terá a companhia de Paris, outra vira-lata adotada por Janja.

Juntas, elas vão brincar livres no Palácio da Alvorada.

Boas Notícias

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Lula, Janja e a Resistência – foto: recuperada

Como foi o encontro da Cachorrinha:

ANO NOVO COM A RESISTÊNCIA | Chovia e fazia menos de 15 graus quando uma pequena vira-lata preta cruzou a tumultuada Via Rápida do bairro Santa Cândida, um dos mais altos e mais gelados de Curitiba. Desviando entre os carros e assustada pelo barulho das buzinas, a pequena filhote tremia e se encolhia quando dois homens que passavam pelo local finalmente a acolheram.

Era abril de 2018 e os dois não eram dali. Marquinho e Cabelo, metalúrgicos de São Bernardo do Campo, não pensaram duas vezes e, assim, a cachorrinha batizada de Resistência tornou-se a primeira mascote do então Acampamento Lula Livre.

As ruas que cercavam a Superintendência da Polícia Federal em Curitiba estavam tomadas por barracas de lona preta colocadas, sem sucesso, para tentar conter o frio que cortava e deixava ainda mais difícil a missão de resistir. E a pequena Resistência, com pouco mais de dois meses de vida, passou a emprestar calor e alegria aos novos moradores da capital do Paraná.

De residência fixa na barraca dos Metalúrgicos do ABC, Resistência foi caindo nas graças de toda a Vigília. Sem saber quanto dias permaneceriam ali, decidiram o futuro da pequena mascote. Ela voltaria com Lula livre para São Bernardo do Campo.

Abrigada por uma bandeirinha do PT, a cachorrinha comunitária passeava por todo acampamento. Latia e rosnava para quem ameaçava hostilizar o local, tirava foto com artistas e lideranças que se somavam à Vigília, até o dia em que adoeceu e precisou ser internada.

Na Vigília, diziam que a vira-lata refletia o humor das coisas, o estado de humor da resistência como um todo, e àquela altura o inverno tornava quase insalubre a permanência das centenas de pessoas que insistiam em denunciar a prisão política de Lula ao mundo.

Resistência foi então acolhida pela namorada do presidente, Janja, e adotada pelo casal. Sem saber quando finalmente conheceria seu ilustre dono, a cachorrinha seguiu emprestando energia aos companheiros.

Hoje, 1 ano e quase dez meses depois de quase morrer em uma avenida qualquer do Santa Cândida, Resistência finalmente conheceu seu dono. E vai passar o Ano Novo com Lula livre, em São Bernardo.

A imagens a seguir mostram um pouco da história da pequena vira-lata e seu esperado encontro com Lula:

Resistência no encontro com Lula – foto: recuperada

 

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