Desagravo à Fetagri e aos trabalhadores rurais do Amazonas – por Lúcio Carril

Foto: recorte/recuperada

Não é de hoje que o povo que habita o rural e a floresta   é vítima do preconceito etnocultural. Está impregnado no sentido colonizatório dos bandeirantes da cidade o pensamento autoritário de determinar o que é bom e o que é ruim para o ribeirinho, o agricultor, o indígena e o caboclo.


Vi isso no segundo turno das  eleições aqui no Amazonas, quando a direção da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras da Agricultura do Amazonas decidiu apoiar um candidado a governador. Vi a ofensa grosseira campear, com xingamentos vis, desonrosos, como se não estivessem tratando com gente, gente de bem, que luta por justiça social.

Vi o horror da violência sair da boca e das tintas de muitos companheiros e companheiras, como quem abate um inimigo no campo de batalha. A Fetagri-AM, sua direção e os homens e mulheres do campo e da floresta foram vítimas do mais aviltante preconceito.

Seu crime: Escolher seus próprios caminhos

Na cidade, outros dirigentes e lideranças já tinham feito a mesma escolha no primeiro turno ou mesmo antes do processo eleitoral. Nem um piu foi dado pelos novos bandeirantes. Ora, são da cidade. Têm o direito reconhecido de caminhar com suas próprias pernas. Agora, não me venha esse povo do rural e da floresta fazer o mesmo, pensaram.

No PT, nem a presidenta nacional do partido respeitou a decisão do encontro estadual e num telefonema enterrou a democracia interna da agremiação. Nem um murmúrio de lamento foi dado. Mas não me venha o povo do rural fazer o mesmo, não é mesmo?

Escrevo para manifestar minha solidariedade aos companheiros e companheiras da Fetagri-AM, que no primeiro turno apresentaram o nome da sua presidenta para concorrer a deputada federal e ajudar na construção do quociente eleitoral da federação PT/PCdoB/PV. Fizeram isso pensando na eleição do Zé Ricardo e da Vanessa.

Entre um candidato e outro, fico com o nosso povo do campo e da floresta. Fico com suas legítimas lideranças. São meus companheiros e companheiras e merecem meu respeito.

Lúcio Carril é Sociólogo

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