Cães farejadores alemães conseguem detectar covid-19

Foto: DW / Deutsche Welle

Pesquisadores descobriram que cães farejadores podem discernir entre amostras de indivíduos saudáveis e infectados pelo vírus. Nível de precisão é tão alto que se vê possibilidade de aplicação prática.Cientistas da Universidade de Medicina Veterinária de Hannover descobriram que cães farejadores treinados poderiam ser usados para detectar covid-19 em amostras humanas com uma taxa de precisão relativamente alta.


Numa série de testes, oito cães farejadores da Bundeswehr (Forças Armadas alemãs) foram treinados por apenas uma semana para distinguir entre muco e saliva de pacientes infectados com o Sars-Cov-2 e de indivíduos saudáveis.

Foto: Wolfgang Rattay/Reuters

Confrontados com amostras positivas e negativas por meio de uma máquina, aleatoriamente, os animais foram capazes de detectar positivamente as secreções infectadas com o vírus com uma taxa de sucesso de 83%, e secreções de controle com 96%. A taxa geral de detecção, combinando as duas, foi de 94%.

Com base em mais de mil amostras farejadas, a equipe concluiu que os cães podem desempenhar um papel na detecção de indivíduos infectados. O estudo foi publicado ontem quinta-feira (23) na revista BMC Infectious Diseases.

Reprodução em 3D do modelo do novo coronavírus (Sars-CoV-2) – Foto: Reprodução/Visual Science

Possível aplicação prática

Cães farejadores que normalmente procuram explosivos ou drogas já foram usados anteriormente para detectar vários tipos de câncer e hipoglicemia em diabéticos. Essa aplicação médica motivou os cientistas veterinários a pesquisarem o potencial dos cães farejadores para detectar o coronavírus.

“Acreditamos que isso funciona porque os processos metabólicos no corpo de um enfermo são completamente alterados, e o cão é capaz de detectar um odor específico dessas alterações”, explicou a professora Maren von Köckritz-Blickwede, especialista em bioquímica de infecções.

“O que precisa ficar claro é que este é apenas um estudo-piloto”, ressalvou Holger Volk, presidente do departamento de medicina para animais de pequeno porte da universidade. “Existe muito potencial para levar isso adiante, usar esses cães de fato em campo”.

Foto: Wolfgang Rattay/Reuters

Em sua conclusão, a equipe previu o uso de cães farejadores para detectar indivíduos infecciosos em determinados locais. “Em países com acesso limitado a testes de diagnóstico, cães farejadores poderiam ser usados na detecção em massa de infectados”, propuseram os pesquisadores. “Trabalho futuro é necessário para entender melhor o potencial e a limitação do uso de cães farejadores na detecção de doenças respiratórias virais”.

As amostras com as quais os cães farejadores foram testados eram quimicamente inofensivas, e resta saber se eles também podem detectar casos ativos de coronavírus em pacientes. Os pesquisadores também estão analisando até que ponto os cães podem diferenciar entre amostras de pacientes de covid-19 e de outras doenças, como a gripe.

Terra

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