Câncer de pênis leva à amputação do órgão em 25% dos casos no Brasil

Foto: Recorte

O câncer de pênis é um tumor raro, com maior incidência em homens a partir dos 50 anos. No Brasil, esse tipo de tumor representa 2% de todos os tipos de câncer que atingem o homem, sendo mais frequente nas regiões Norte e Nordeste, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca).


Em cerca de 25% dos casos de câncer de pênis no Brasil, o órgão precisa ser amputado. Em 2022, o país registrou 1.933 casos da doença e 459 amputações. Em 2020, 463 homens morreram devido ao tumor. As informações são de um levantamento realizado pela Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), a partir de dados do Ministério da Saúde.

De 2007 a 2022, foram realizadas 7.790 amputações de pênis decorrentes de câncer pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o que equivale a uma média de 486 procedimentos por ano. Os indicadores revelados pela SBU reúnem dados de janeiro a novembro de 2022, o que indica que o número pode ser maior, visto que os dados continuam em constante atualização.

O diagnóstico precoce é fundamental para evitar o crescimento desse tipo de câncer e a posterior amputação total do pênis, que traz consequências físicas, sexuais e psicológicas ao homem. Por isso, quanto mais cedo for iniciado o tratamento, maiores são as chances de cura e menos traumático é o tratamento, segundo o Inca.

Sintomas

Uma ferida no pênis que gera coceira, queimação, forte odor e que não cicatriza, mesmo com tratamento direto sobre a lesão. A presença de um desses sinais, associados a uma secreção branca (chamada de esmegma), pode ser um indicativo de câncer no pênis.

Como os sintomas podem ser confundidos com os de uma infecção sexualmente transmissível (IST), é necessário consultar um especialista para a realização do diagnóstico.

Além da tumoração no pênis, a presença de gânglios inguinais, chamados popularmente de “ínguas” na virilha, pode ser sinal de progressão da doença, a metástase.

Prevenção

Os riscos de câncer de pênis são aumentados por fatores como baixas condições socioeconômicas e de instrução, má higiene íntima e estreitamento do prepúcio, que é a pele que recobre a glande ou cabeça do pênis.

De acordo com o Inca, homens que não se submeteram à circuncisão, que é a remoção do prepúcio têm maior predisposição ao câncer de pênis. A infecção pelo HPV (papilomavírus humano) também favorece o desenvolvimento da doença.

Para prevenir o câncer de pênis, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) recomenda fazer a limpeza diária do órgão com água e sabão, principalmente após as relações sexuais e a masturbação. Além disso, destaca ser fundamental ensinar aos meninos desde cedo os hábitos de higiene íntima, que devem ser praticados todos os dias.

A utilização do preservativo em relações sexuais contribui para a prevenção ao câncer de pênis. O preservativo diminui a chance de contágio de ISTs, como o HPV, por exemplo.

A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) lança campanha de alerta para cuidados simples que podem contribuir para prevenção.

“A importância dessa campanha é suprir a deficiência de informações adequadas, e falar claramente sobre esse problema tão contundente em nosso país. Mensagens simples como ‘lave corretamente seu pênis’ e a conscientização sobre a necessidade da cirurgia para o tratamento da fimose, que ocorre quando não se consegue puxar para trás a pele que cobre a ponta do pênis, e, desta forma, permitir que se lave corretamente a região que fica encoberta por essa pele que chamamos de prepúcio”, destaca o presidente da SBU, Alfredo Felix Canalini.

A campanha também destaca informações para profissionais que atuam na atenção básica à saúde, para a formação de multiplicadores do conhecimento.

“Infelizmente o Brasil segue como uma das maiores casuísticas mundiais em câncer de pênis. A campanha que idealizamos visa combater essa doença que, mesmo para nós que lidamos diariamente com outros tipos de cânceres urológicos, é tão impactante, pela mutilação, sofrimento e alta mortalidade que a acompanha em suas fases mais avançadas”, afirma Karin Jaeger Anzolch, Diretora de Comunicação da SBU e uma das idealizadoras da campanha.

Diagnóstico

A detecção precoce do câncer pode ser feita a partir de exames clínicos ou laboratoriais. O diagnóstico do câncer de pênis em fase inicial possibilita melhores resultados no tratamento.

A suspeita desse tipo de câncer deve levar à investigação a partir de sinais como tumor ou úlcera em pênis na ausência de uma infecção sexualmente transmissível ou persistente após seu tratamento e espessamento ou mudança na cor da pele do pênis ou prepúcio.

Embora os sintomas não sejam causados por câncer na maior parte dos casos, é importante que eles sejam investigados por um médico, principalmente se não melhorarem em alguns dias.

Quando diagnosticado em estágio inicial, o câncer de pênis apresenta elevada taxa de cura. No entanto, mais da metade dos pacientes demora até um ano após as primeiras lesões aparecem para procurar o médico.

Tratamento

O tratamento depende da extensão local do tumor e do comprometimento das ínguas na virilha. Entre as técnicas de combate ao tumor estão cirurgia, quimioterapia e radioterapia.

Lesões superficiais podem ser tratadas a partir da circuncisão e tratamento local com medicamentos em alguns casos. Em geral, a cirurgia é o tratamento mais eficaz e frequentemente realizado para controle local da doença.

Fonte: CNN Brasil

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