
Internet se indigna com ‘casa embrião’ de Tarcísio de Freitas em Campinas. Um entra o outro fica de fora esperando.
Moradias populares têm apenas 15m², não têm janelas e cozinha e devem abrigar famílias com até sete (07) integrantes.
Pelo tamanho, não cabem duas pessoas, é como se estivesse morando em um banheiro.
Depois de seis anos de espera, 116 famílias de Campinas vão receber, em breve, a própria casa.
No entanto, em vez de comemorar uma conquista popular, os internautas estão criticando o programa de moradia popular de Tarcísio de Freitas (Republicanos), com razão, já que as casas têm apenas 15 metros quadrados.
Os imóveis serão destinados às famílias da ocupação Mandela Vive e devem abrigar até sete pessoas na residência também chamada de “embrião”.
Compostas por apenas um cômodo e um banheiro, as casas não têm janelas ou cozinhas e mal comportam duas pessoas deitadas.

Críticas
Todo brasileiro têm direito à moradia, de acordo com a Constituição. Mas para um internauta, entregar uma casa tão pequena para uma famílias com, em média, quatro pessoas, “é a forma da extrema-direita dizer que está fazendo um favor por deixar os mais vulneráveis existirem”, disse @SergioAJBarrett no Twitter.
Para o Pastor Valério Corrêa, o fato de não ter janelas mostra que, para o bolsonarista Tarcísio, bairros populares são senzalas.
O @jusbs12 comenta que o programa “é só mais um exemplo do modelo nazista que o povo escolher e que vai pagar caro pela escolha”.
Contraria regras da ONU
As casas embriões foram criticadas ainda por especialistas da Universidade de São Paulo (USP) e Universidade de Campinas (Unicamp), que consideraram a habitação inaceitável.
“Para a população é importante sair da área de risco, mas a prefeitura não está oferecendo o mínimo necessário para a moradia. E não é uma população que tenha a capacidade de rapidamente aumentar esse imóvel”, disse Tomas Moreira, professor do Instituto de Arquitetura e Urbanismo da USP de São Carlos ao jornal OVALE.
As casas contrariam até o critério da Organização das Nações Unidas (ONU) para definir o conceito de moradia digna e adequada. Nos parâmetros globais, a residência é adequada quando possuem área mínima de 9m² para até três pessoas, mas que contam ainda com espaços para a cozinha e banheiro.
“Nem duas camas individuais cabem num quarto destes [menor do que 9m²], pelo que se assume que três pessoas podem dormir em uma cama. Além disso, é improvável que outros móveis caibam. A ventilação necessária também é uma preocupação”, diz trecho de documento da ONU.
GGN