Conheça a pesquisadora que decifrou a produção da alga usada no sushi

O nori quase deixou de ser produzido/Foto: Divulgação
O sushi é um dos pratos japoneses mais populares no Brasil, sendo a segunda comida favorita dos brasileiros, de acordo com pesquisa realizada pelo site de e-commerce Groupon. Entretanto, a existência dessa iguaria esteve ameaçada, já que um de seus ingredientes principais quase desapareceu.
O nori é o resultado de um processo de preparação sobre a alga, muito conhecido entre pessoas que apreciam a comida japonesa. A famosa folha fina e comestível feita a partir de algas marinhas é um dos principais itens de vários pratos, como sushi, temaki e onigiri.
Alga Marinha Porphyra/Foto: Divulgação
As algas vermelhas do gênero Porphyra são a base para o nori, que começou a ser consumido nesse formato no século 18. O crescimento da alga, entretanto, era muito irregular, e seu processo de cultivo ainda não era completamente conhecido. Assim, as “plantações”, localizadas ao redor de bambus, costumavam ter um resultado inusitado.
Apesar disso, o nori se tornou cada vez mais popular, e no século 20 já era um dos ingredientes básicos na culinária japonesa. Assim como outros alimentos, a produção de nori decaiu grandemente durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), período no qual países como o Japão e a China tinham recursos escassos para alimentação. Somado a isso, a costa japonesa foi atingida por uma série de furacões violentos no final dos anos 1940, fator que praticamente extinguiu o desenvolvimento das algas marinhas.
O nori quase deixou de ser produzido/Foto: Divulgação
Do outro lado do mundo
Kathleen Mary Drew-Bakermontar/Foto: Divulgação
Do outro lado do mundo, a pesquisadora Kathleen Mary Drew-Baker fazia parte da equipe do Departamento de Botânica de Manchester, na Inglaterra, e tinha sua pesquisa voltada principalmente para o estudo sobre as algas. Mesmo sem estar inserida na cultura japonesa, a pesquisa de Drew-Baker tinha foco sobre o ciclo de vida das algas vermelhas Porphyra umbilicalis, sendo que a descoberta principal revelou que a alga fazia parte de um sistema, não sendo independente como se acreditava. Além disso, ela também mostrou a importância de certos componentes no ambiente, que garantiam o crescimento adequado da alga.
Suas descobertas foram publicadas na revista científica Nature, sendo rapidamente lidas e testadas pelo ficologista japonês Sokichi Segawa. A produção das algas, que antes era tão irregular, finalmente fazia sentido, e, em 1953, vários biólogos marinhos já estavam desenvolvendo suas próprias técnicas de semeadura artificial graças às descobertas da pesquisadora inglesa.
A produção e o consumo do nori voltaram a crescer, novamente incluindo o item na culinária básica japonesa. A contribuição de Drew-Baker foi tão impactante para o Japão que se tornou um festival. Anualmente, a população lembra dos feitos da pesquisadora, que passou a ser homenageada como “mãe do mar”.

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