Crise em Roraima: Gado morre após infestação de lagartas no pasto

Foto: Recorte

Os pecuaristas de Roraima enfrentam uma situação crítica com a morte súbita de capim e gado. A situação afeta principalmente a região Centro-Norte do estado, incluindo o município de Mucajaí, há cerca de 30 dias. A FolhaBV acompanhou de perto a problemática nesta quarta-feira (19).


Impacto das Queimadas e Infestação de Lagartas

Na Vila Samaúma, localizada a cerca de 120 km de Boa Vista, os produtores estão desesperados com as perdas significativas em um curto período. Helena de Fátima, pecuarista há 10 anos, relatou que a situação atual é uma consequência das queimadas ocorridas este ano. Durante a tentativa de recompor o pasto no período chuvoso, as áreas foram severamente atacadas por lagartas.

“A gente perdeu nossas propriedades e onde o fogo não atingiu, a lagarta levou a pastagem e o gado está morrendo. Quem conseguiu tirar [o rebanho] está replantando algumas áreas para ver se consegue trazer o gado novamente. Mas quem não conseguiu, infelizmente, está vendo eles morrerem”, lamentou Helena.

Foto: Recorte

Tentativas de Replantio e Vendas a Preços Baixos

Sem pasto adequado, o mato tomou conta das áreas de criação. Helena, seu esposo e filho, Mikael Vinicius, de 10 anos, já perderam mais de 20 cabeças de gado devido às sucessivas ondas de ataque de lagartas. Mesmo com áreas aparentemente verdes, a pastagem necessária para alimentar o rebanho não dura mais de uma semana.

“A lagarta vem, come e deixa tudo morto. Ela vai matando o capim por dentro. O que a gente está fazendo é o replantio na medida que podemos porque não temos trator e recursos financeiros. Não tem nem condições de estar vendendo gado”, explicou Helena.

Para evitar mais mortes, os pecuaristas estão vendendo o gado magro a preços reduzidos. Antonio de Oliveira, pecuarista há 30 anos, relatou que o preço do quilo do boi caiu de R$ 8 para R$ 3, ou até menos.

“Estou despachando o gado todinho. Doando para os outros, entregando de graça ou vendendo por até R$ 3. Já comecei a ver um monte de carniça, de caveira. Já morreu mais de 40 animais. Tem quase duas noites que não durmo, a preocupação não é nem com a perda, é de dó dos animais”, disse Antonio, que teve que derrubar algumas plantações para auxiliar na alimentação do gado que restou.

Ações do Governo e Esperança de Ajuda

Os pequenos produtores, os mais afetados pela praga, esperam soluções do Governo de Roraima. No início do mês, o secretário de Agricultura, Márcio Granjeiro, anunciou em entrevista na rádio Folha FM 100.3 que uma linha de crédito seria oferecida aos produtores afetados. Granjeiro informou que a Seadi e o Iater visitaram mais de 200 propriedades e catalogaram mais de 13 mil hectares afetados.

Para atualização sobre o levantamento e ações do Estado, a reportagem solicitou mais informações, mas não obteve retorno até a publicação. No entanto, o Governo informou que irá lançar um programa emergencial de apoio aos pequenos pecuaristas. O lançamento está previsto para esta quinta-feira (20), às 15h, no Palácio Senador Hélio Campos.

Fonte: Folha BV

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