Muito interessante a proposta do prefeito de Manaus (PSDB), em realizar diversas audiências públicas para ouvir os diversos segmentos da sociedade, com o objetivo de estabelecer um Plano de Mobilidade, intitulado de PlanMob. Uma cópia miniatura do Plano de Mobilidade para o município de São Paulo.
Ao todo serão nove audiências, em que a população e segmentos como o dos ciclistas, que devem opinar e contribuir para o projeto final, que dificilmente será implantado.
Por outro lado, demonstra-se claramente, que ao final do seu mandato, o prefeito não conseguiu avançar em nenhum ponto, mesmo tendo na sua plataforma o melhoramento do transporte coletivo de Manaus.
Nem mesmo cumpriu a promessa feita ao seu então adversário e logo depois apoiador, Serafim Corrêa (PSB) para reimplantar a Domingueira, sistema que reduziria pela metade o valor da tarifa aos domingos.
Mais grave ainda, na sua entrevista coletiva do início da semana, o prefeito sequer apresentou um esboço de Plano de Mobilidade. Ou seja, esperará que a sociedade faça aquilo para o qual ele se comprometeu quando se lançou candidato a prefeito em 2009.
Por outro lado, boa parte do que deve ser colocado no PlanMob tem o objetivo de “receber recursos do governo federal”, que por si só não garante que ele seja repassado e o projeto implantado antes de 2016. Em ano eleitoral, sabidamente, os repasses de verbas entre União e município são praticamente impossíveis, a exemplo do que vimos ano passado, quando teve eleição para governador.
No material distribuído na coletiva de imprensa, consta que “O PlanMob Manaus” é um instrumento da política de desenvolvimento urbano, que contém diretrizes, programas, ações e projetos voltados a garantir acesso amplo e democrático às oportunidades, que Manaus disponibiliza, por meio do planejamento, da infraestrutura, de mobilidade urbana, dos meios de transporte e seus serviços, provendo condições adequadas à mobilidade da população e da logística de distribuição de bens e serviços.
Evidente que elaboraram um belo texto, mas se for citar o que já foi feito em termos de mobilidade urbana, os resultados são pífios ou quase nada. Citamos algumas iniciativas do prefeito. Primeiro: uma “ciclovia pintada na calçada”, que parou nas primeiras críticas feitas por conta de sua inutilidade e pela forma com que foi feita.
Segundo: uma faixa azul chamada de BRT ou BRS ((Bus Rapid Service) , que não atende nem 10% da frota de ônibus da cidade, pintada em um pedaço de pista da mais importante via de tráfego da cidade. A genial iniciativa do prefeito resultou na morte de seis pedestres. Não bastasse isso, foi pintada em outra via de igual importância, a faixa azul chamada de BRT ou BRS (tanto faz), mas que não melhorou em nada o fluxo de veículos.
Em ano pré-eleitoral, nem mesmo os serviços de asfaltamento das ruas principais estão sendo feitos. A Zona Leste da cidade, onde algumas vias não permitem sequer a passagem das viaturas da polícia e do Samu, está deixando desprotegida e desassistida a população dessa parte de Manaus.
O que se imagina então? É que dessas audiências públicas, sairá uma “colcha de retalhos”, que de nada servirá, apenas ficará no papel as ideias mirabolantes de um projeto fantasioso, pois a prefeitura não possui recursos para implantá-las. Mais uma vez, vamos assistir a implantações de projetos mirabolantes, sem finalidades … até porque, acreditamos que não há como “pintar” um projeto desses no asfalto.
