Dia 24 de outubro: Aniversário de Manaus, Capital do Amazonas( Por Raimunda Gil Schaeken)

Professora Raimunda Gil Schaeken(AM)

Localizada à margem esquerda do rio Negro, Manaus teve origem em um pequeno arraial formado em torno da fortaleza de São José do Rio Negro, criada para guarnecer a região de possíveis investidas dos inimigos, em 1669. Erguida a base de pedra e barro, sem fosso e quadrangular, a construção foi chamada de Forte de São João da Barra do Rio Negro e ficava a três léguas da foz do rio.
O Lugar da Barra tornou-se sede da capitania de São José do Rio Negro (ano de 1758). No princípio do século XIX, em 1833, foi elevado à categoria de vila com o nome de Manaós, que significa “Mãe de Deus”, em homenagem à tribo de mesma denominação que se recusava a ser dominada pelos portugueses e negava ser mão-de-obra escrava para militares e religiosos.


No dia 21 de dezembro de 1791, o Governador Manuel da Gama Lobo d’Almada transferiu para o Lugar da Barra a sede da Capitania de São José do Rio Negro que, desde a sua instalação, no dia 7 de maio de 1758, se localizava na vila de Barcelos. A visão privilegiada de Lobo d’Almada despertou a inveja do governador do Grão-Pará, Francisco de Souza Coutinho, mentor de uma trama tão bem urdida junto à Corte, que resultou na Carta Régia de 22 de agosto de 1798, mandando retornar a sede da Capitania a Barcelos.

Desgostoso, humilhado, injustamente acusado de se apropriar do dinheiro público, Lobo d’Almada morreu em Barcelos, no dia 27 de outubro de 1799.

Finalmente, a Assembleia Provincial do Pará editou a Lei n. 147, de 24 de outubro de 1848, elevando a Vila de Manaus à categoria de cidade, com o nome de Barra do Rio Negro, fazendo retornar a antiga denominação do povoado que começara a se formar 171 anos antes, em 1669, ao redor da fortaleza de São José do Rio Negro. Quase oito anos depois, no dia 4 de setembro de 1856, a cidade recebia a sua denominação definitiva: Manaus.

Manaus foi a cidade que mais conheceu a riqueza, os encantos e o glamour do primeiro mundo no Brasil, somando a seus rios e florestas o ouro e a sofisticação importados da Europa.

Lobo d’Almada dinamizou a economia do Lugar da Barra, que passou a viver uma fase de grande progresso. Construiu o Palácio dos Governadores, o hospital de São Vicente, o quartel, a cadeia pública, o depósito de pólvora. Instalou pequenas indústrias: olaria, estaleiro, fábricas de velas de cera, anilinas, cordas, tecidos, redes e panos de algodão. Reergueu a pequena matriz de Nossa Senhora da Conceição, totalmente restaurada e entregue ao povo no dia 7 de dezembro de 2002, pelo então governador Amazonino Armando Mendes.

O apogeu aconteceu com a exploração do látex. Apoiada na revolução financeira e econômica proporcionada pela borracha, a antiga Manaus foi a cidade mais rica do País por muito tempo. Nessa época, o crescimento e desenvolvimento da capital acontecem com traços culturais, políticos e econômicos herdados dos portugueses, espanhóis e franceses. A riqueza proporcionou uma reviravolta estrutural, implantando serviço de eletricidade, transporte coletivo de bondes, sistema de telefonia e água encanada, além de um porto flutuante, que passou a receber navios de diversas bandeiras e tamanhos.

Depois da borracha veio a Zona Franca de Manaus. A cidade ganhou um comércio de importados e depois um polo industrial onde se concentram centenas de fábricas.

Em comemoração ao aniversário de 346 anos da cidade de Manaus neste sábado (24-10-2015), a Secretaria de Estado da Cultura preparou uma série de atividades artísticas. Seis dias de espetáculos musicais, dança, teatro e apresentações de artistas locais.

Escrito há mais de um século, o hino de Manaus não é conhecido por muitos manauaras. Ao longo desse tempo, ele foi oficializado somente na administração do prefeito Alfredo Nascimento, pela Lei 718 de 20 de novembro de 2003 e publicado no Diário Oficial dia 24 de novembro de 2003, em que foram aprovados oficialmente o hino e a bandeira como símbolos do Município de Manaus.

Até então, músicas “Manaus, terra da floresta…), de Madre Dias e a “Canção de Manaus”, de Áureo Nonato (1964), foram adotadas popularmente como hino local. A convite do G1 AM, oito cantores da região participaram do vídeo clipe:  Zezinho Corrêa, Márcia Siqueira, Nunes Filho, Karine Aguiar, Nicolas Júnior, Lucilene Castro, Cinara Nery, Ketlen Nascimento. Juntos com a Orquestra Amazonas Filarmônica reviveram o hino oficial da cidade em um vídeo, que teve como cenário o histórico Teatro Amazonas.

HINO OFICIAL DE MANAUS
Letra: Thaumaturgo Sotero Vaz
Música: Nicolino Milano

“Dentre a pompa e real maravilha
Desses belos e grandes painéis,
Toda em luz, como um sol, surge e brilha
A cidade dos nobres Barés.

Grande e livre, radiante e formosa
Tem o voo das águias reais
E a subir, a subir majestosa
Já nem vê suas outras rivais

Quem não luta não vence, que a luta
Pelo bem é que faz triunfar
Reparai: o clarim já se escuta!
É a forma que vem nos saudar!

Dos pequenos e aos bons, entre flores,
Agasalha e se esquece dos maus
Ninguém sofre tormentos e dores
Nesta terra dos nobres Manáos.

Todo o povo é feliz, diz a História,
Quando se vê entre gozos sem fim
O progresso passar junto a glória
Em seu belo e doirado cochim’.

“Este é um hino bastante alegórico, cheio de visões aéreas, solares, que narra uma Manaus de luz, de fama e virtudes. É um hino muito parecido com o hino nacional. Em um trecho, ele diz que a cidade já não vê suas outras rivais, o que significa que Manaus cresceu tanto, que se destacou dos outros municípios do Amazonas e do Norte do país”.(Raimunda Gil Schaeken – Tefeense, professora aposentada, católica praticante, membro efetivo da Associação dos Escritores do Amazonas – ASSEAM e da Academia de Letras, Ciências e Artes do Amazonas – ALCEAR.)

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