Dia Mundial Sem Tabaco: 32 anos de luta pela conscientização

Foto: Divulgação

Criado em 1.987, com o propósito de alertar a população sobre os malefícios associados ao tabagismo, o ‘ Dia Mundial Sem Tabaco’, comemorado em 31 de maio, completa 32 anos, em 2019. “São décadas de lutas de entidades ligadas à saúde e, em especial, à oncologia, para levar ao público, as informações pertinentes sobre as doenças causadas pela dependência do cigarro, que é responsável por grande parte dos casos de câncer no mundo”, alertou a presidente da Liga Amazonense Contra o Câncer (Lacc), enfermeira Marília Muniz.


Membro da diretoria da Lacc, o cirurgião oncológico Manoel Jesus Pinheiro Júnior, explica que, neste ano, o tema adotado para a campanha, que recebe o apoio da OMS (Organização Mundial da Saúde) e do INCA (Instituto Nacional do Câncer), além de movimentos sociais e ONGs, é: “Tabaco e Saúde Pulmonar”.

De acordo com o especialista, as doenças pulmonares crônicas, assim como o câncer de pulmão, estão diretamente associados ao tabagismo. “Cerca de 90% dos casos de câncer de pulmão são decorrentes do fumo. Além disso, os enfisemas e as bronquites também são doenças que ocorrem por causa do tabagismo”. Só neste ano, segundo dados do sistema e-siga, 34 pessoas morreram vítimas do câncer de pulmão na Fundação Cecon, hospital de referência em cancerologia na região. Em 2018, foram 159, número considerado elevado por especialistas.

Cirurgião oncológico Manoel Jesus Pinheiro Júnior – Foto: Divulgação

Quem são os vilões?

Jesus Pinheiro Júnior explica que, apesar de ter centenas de substâncias químicas em sua composição, o cigarro tem três que apresentam maior influência no desenvolvimento de doenças de naturezas diversas, incluindo as cardiovasculares.

São elas: a nicotina (que vicia e causa problemas vasculares), o monóxido de carbono (que compete com o oxigênio, causando sobrecarga cardíaca, além de distúrbios pulmonares e das vias respiratórias) e os derivados do alcatrão (considerados os principais fatores de risco do câncer).

Tabagismo e câncer

O consumo de cigarro é considerado fator de risco para diversos outros tipos de câncer, entre eles, os de cabeça e pescoço – em especial, os de boca e traquéia -, de bexiga – já que as substâncias ingeridas são filtradas e depositadas no órgão para serem eliminadas na urina em seguida -, de mama – alguns estudos já apontam para o acúmulo da nicotina nos ductos mamários, o que pode influenciar no aparecimento de tumores -, de estômago, intestino, brônquios, entre outros.

“Quando as pessoas passam a ter consciência do risco que está associado ao tabagismo, pensam duas vezes antes de continuar fumando. Hoje em dia, existem tratamentos disponíveis no SUS para a dependência do cigarro, que incluem acompanhamento médico periódico e o uso de medicações, caso necessário”, explicou.

De acordo com ele, em Manaus, a Prefeitura oferece serviços especializados nessa área, através dos Ambulatórios do Fumante. A Fundação Cecon, por sua vez, atua através do seu Departamento de Prevenção e Controle do Câncer (DPCC), em escolas e empresas públicas e privadas, ministrando palestras, em parceria com a Lacc e a Coordenação Estadual do Programa de Controle do Tabagismo, que tem a frente o cardiologista Aristóteles Comte Alencar.

“É um trabalho de formiguinha, mas que já vem surtindo efeito positivo, com o treinamento de agentes multiplicadores e a sensibilização da população para a importância desse alerta e das medidas preventivas”, destacou.

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