E agora, Brasil? – por Carlos Santiago

Carlos Santiago é Sociólogo, analista político e advogado.

E agora, Brasil? O que fazer diante de tantos desafios e de tantas decepções políticas, da crescente miséria social, da corrupção sistêmica e de crises econômicas que imperam no País, prejudicando o seu desenvolvimento.


Uma década perdida. De 2011 a 2020, um período marcado pelo menor crescimento econômico da história; pelo crescimento da pobreza; pela crescente agressões contra a mulher; pelos escândalos de corrupção; pela manutenção dos altos índices de mortes no trânsito; pelos péssimos governos de Esquerda, de Centro e de Direita; pelo surgimento de frágeis lideranças políticas; pelo colapso dos serviços públicos; pelo aumento do aparelhamento político das instituições do Estado, dentre outros flagelos nacionais.

A fundação Getúlio Vargas confirmou que a década de 2011-2020 será economicamente perdida. Um baixo crescimento do Produto Interno Bruto – PIB, com média de menos de 1 ponto percentual por ano, muito inferior a década dos anos 80 que cresceu 1,6%.

A extrema pobreza voltou a crescer e soma 13,5 milhões de pessoas. Assim como o desemprego que atinge 12 milhões de pessoas, o triplo do índice da década anterior. O emprego informal explodiu e já representa 40% do trabalho no País, reflexo da conjuntura econômica.

Os indicares de violências contra mulheres não pararam de crescer. A violência física, sexuais, psicológicas, e outras formas de agressões fazem parte do cotidiano da brasileira. Dados do Ministério da Saúde mostram que, entre 2014 a 2018, mais de 1,4 milhão de notificação de violência contra a mulher foi produzida pelo sistema de saúde. Já o Atlas da Violência confirmou que cresceu em 30% o índice de mulheres assassinadas, nos últimos dez anos.

Carlos Santiago é Sociólogo, analista político e advogado.

O trânsito é responsável por mortes e lesões gravíssimas. A cada 15 minutos morre uma pessoa vítima de acidente de trânsito. A mobilidade urbana não melhora e cria um campo de guerra nas cidades, reflexo ainda do perfil dos condutores e da qualidade dos serviços públicos oferecidos.

O colapso dos serviços estatais está nos péssimos indicadores de educação, de saúde, de transporte públicos e de acesso à Justiça. Serviços caros, muitos tributos e retorno muito aquém da necessidade da população.

A sensação de corrupção só aumentou. O Brasil piorou no ranking internacional de corrupção. Os escândalos de desvios de recursos públicos cresceram e envolveram praticamente todos os partidos políticos e membros de todos os poderes da República, com condenações de parlamentares e de ex-governantes, além do afastamento de uma presidente.

Nessa década, partidários da Esquerda, do Centro e da Direita governaram o País. Experiências do lulismo, do emedebismo ou PMDB e do bolsonarismo aconteceram. Em eleições nacionais, a maioria do eleitorado votou com forte esperança e com confiança, mas também votou com muito ódio e desilusão.

Novos políticos foram eleitos governantes com discurso de negação da política tradicional. Depois de eleitos, a política continuou como antes, deixando eleitores decepcionados.

Ademais, Instituições do Estado como o Ministério Público e o Poder Judiciário foram politizados, causando fragilidade na imagem dos poderes e falta de confiança dos brasileiros.

O momento em que passa o Brasil é de cuidar da saúde de todos (imposto pelo coronavírus) e também de reflexões sobre o País que temos e qual o futuro que desejamos.

Carlos Santiago é Sociólogo, Analista Político e Advogado.

Artigo anteriorTravesti é amarrado em poste e espancado após cometer roubos na Praça 14
Próximo artigoBandidos são presos após realizarem arrastão na Cidade Nova

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui