E… fica a suspeita sobre tudo – por Garcia Neto

Professor Garcia Neto
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O ministro da Justiça José Eduardo Cardozo rebateu as críticas do ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa, que colocou sob suspeita os encontros do ministro com advogados de empreiteiras que se envolveram na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que investiga um dos maiores esquemas de corrupção envolvendo a Petrobras. Barbosa defendeu a demissão sumária de Cardozo pela falta de retidão ética administrativa ao deixar de exibir valores morais necessários para manutenção de um relacionamento saudável no meio da sociedade.
Desses encontros vieram à tona várias polêmicas em torno de conceitos que envolvem ética, moral, dever, respeito a profissionais da área do Direito. O próprio criminalista Alberto Toron, que atua na defesa de executivos envolvidos na Lava Jato, confirmou que o ministro da Justiça mantém contatos com o procurador-geral da República Rodrigo Janot, responsável pela condução das investigações. Em tom de deboche, Toron afirmou que as declarações de Joaquim Barbosa só podem ser ouvidas porque é carnaval. Cabe ressaltar que o Ministro da Justiça é o chefão maior de todo o sistema de segurança do país e o momento não é adequado para essas audiências formais.
Acredita-se que o pensamento de Joaquim Barbosa reflete toda uma concepção do brasileiro acerca das ocorrências de desvios de conduta praticados pelos membros da base do governo petista ao longo desses doze anos no poder. É evidente que problemas judiciais devem ser resolvidos na Justiça e não na política, com a intenção de corromper todo um processo criminal. Pode-se até admitir que nomes mais santificados do PT (Lula e Dilma) não aparecem na Operação Lava Jato para não desmoralizar, completamente, a figura institucional da Presidência da República.
No entanto, a recomendação interna é que Dilma insista no discurso preventivo, elogiando as ações da Polícia Federal e mostrando que ela (Dilma) tem mantido a luta contra corrupção com mudanças na direção da estatal, demitindo seus diretores. Com o avanço nas investigações fica impossível estabelecer uma separação entre as administrações na Petrobras no período Lula e período Dilma, considerando que tais problemas vêm ocorrendo desde a fase Lula quando Dilma era presidente do Conselho de Administração da Petrobras.
Não justifica sustentar a idéia de que o ex-ministro Joaquim Barbosa pode falar o que quiser, porque tem mentalidade autoritária de criminalizar o exercício da advocacia. Mas, será que pouco importa ao povo, ao cidadão, a imposição, o autoritarismo governista, de que esquemas de corrupção da base e seus aliados devem ser resolvidos pelo meio político?


*Garcia Neto é professor e jornalista

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