
Vou contar uma história para vocês. Essa semana, eu estava vendendo meus livros lidos na calçada do Espaço Cultural de Rua, na avenida Getúlio Vargas, Centro de Manaus, e entre um movimento e outro, fiquei meditando sobre a mediocridade da vida.
Eu gosto das palavras e seus significados. Então, antes que alguém se sinta ofendido quando sua vida for rotulada de “medíocre”, entenda primeiro o princípio das coisas.
A palavra medíocre é um termo que em latim significa “mediocris” ou seja, médio. Uma pessoa medíocre não é mais e nem menos. Eu sei que num mundo onde se exige alta performance, sucesso e dinheiro, pensar que uma pessoa possa ser feliz sendo uma pessoa comum, é afronta.

E eu descobri que sou medíocre, faço mesmo parte da média ( rindo alto) ou seja, não sou boa, mas também não sou ruim, o que para mim já é muita coisa.
Só de eu não ser ruim nesta vida, trabalhar honestamente e ganhar dinheiro com o suor do meu rosto, eu creio que minha mãe fez um bom trabalho na minha educação e eu agradeço. Já me dou por satisfeita.
Mas eu tenho outras mediocridades também: Eu amo aprender, mas não sou tão inteligente assim. Eu sou esforçada. Eu leio muito livros e até discurso sobre eles, mas confesso que minha inteligência mediana não consegue decorar o nome do autor ou citar frases dele sem que eu tenha anotado num caderninho.
Outra coisa, eu gosto de escrever, mas vocês não sabem da luta que é para que as letras e as ideias se organizem de forma que este texto pareça com um texto decente.

O que eu sei de verdade, é que aquilo que não tem importância para mim eu deixo em segundo plano e isso me traz paz.
Conheço muita gente que vive a vida para ganhar mais dinheiro. Sofrem pressão absurda por resultados, para ser mais, sacrificam o sono por causa da produtividade, que maior é melhor e rápido…rápido…rápido.
E tudo bem ser assim, afinal, estes seres extraordinários que escolheram esta vida de alta performance podem sofrer depressão, mas estarão em Paris.
O lado do bom da vida é que a gente pode escolher viver do jeito que quer. Quer seja com muito poder e feliz, ou assim, que nem eu medianamente humana sendo feliz.
Para concluir esta história, meu coração sossegou quando eu vi que ser medíocre não é um problema e posso lidar muito bem com isso.
Eu tenho o direito de ser medíocre!…