Em terra de cego, o medíocre é rei !!! – por Maria Ritah

Maria Ritah, na rua, no Centro de Manaus - foto: divulgação

Vou contar uma história para vocês. Essa semana, eu estava vendendo meus livros lidos na calçada do Espaço Cultural de Rua, na avenida Getúlio Vargas, Centro de Manaus, e entre um movimento e outro, fiquei meditando sobre a mediocridade da vida.


Eu gosto das palavras e seus significados. Então, antes que alguém se sinta ofendido quando sua vida for rotulada de “medíocre”, entenda primeiro o princípio das coisas.

Medíocre ou seja, médio

A palavra medíocre é um termo que em latim significa “mediocris” ou seja, médio. Uma pessoa medíocre não é mais e nem menos. Eu sei que num mundo onde se exige alta performance, sucesso e dinheiro, pensar que uma pessoa possa ser feliz sendo uma pessoa comum, é afronta.

A mediocridade da vida, falada no texto de Maria Ritah – foto: divulgação

E eu descobri que sou medíocre, faço mesmo parte da média ( rindo alto) ou seja, não sou boa, mas também não sou ruim, o que para mim já é muita coisa.

Só de eu não ser ruim nesta vida, trabalhar honestamente e ganhar dinheiro com o suor do meu rosto, eu creio que minha mãe fez um bom trabalho na minha educação e eu agradeço. Já me dou por satisfeita.

Mas eu tenho outras mediocridades também: Eu amo aprender, mas não sou tão inteligente assim. Eu sou esforçada. Eu leio muito livros e até discurso sobre eles, mas confesso que minha inteligência mediana não consegue decorar o nome do autor ou citar frases dele sem que eu tenha anotado num caderninho.

Outra coisa, eu gosto de escrever, mas vocês não sabem da luta que é para que as letras e as ideias se organizem de forma que este texto pareça com um texto decente.

O que eu sei de verdade, é que aquilo que não tem importância para mim eu deixo em segundo plano e isso me traz paz.

Conheço muita gente que vive a vida para ganhar mais dinheiro. Sofrem pressão absurda por resultados, para ser mais, sacrificam o sono por causa da produtividade, que maior é melhor e rápido…rápido…rápido.

E tudo bem ser assim, afinal, estes seres extraordinários que escolheram esta vida de alta performance podem sofrer depressão, mas estarão em Paris.

O lado do bom da vida é que a gente pode escolher viver do jeito que quer. Quer seja com muito poder e feliz, ou assim, que nem eu medianamente humana sendo feliz.

Para concluir esta história, meu coração sossegou quando eu vi que ser medíocre não é um problema e posso lidar muito bem com isso.

Eu tenho o direito de ser medíocre!…

Maria Ritah é ultramaratonista, cronista e influenciadora social
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