
Enfermeiras em grande parte do Reino Unido lançaram uma greve histórica na quinta-feira, ao deixarem os hospitais e entrarem em piquetes depois de vários anos de salários em queda e padrões decrescentes que deixaram o sistema nacionalizado de saúde do país em estado de crise.
Cerca de 100 mil membros do Royal College of Nursing (RCN) – o maior sindicato de enfermagem do Reino Unido – estão entrando em ação coletiva na Inglaterra, País de Gales e Irlanda do Norte, na mais recente e sem precedentes onda de greves que varreu a Grã-Bretanha neste inverno. É a maior greve nos 106 anos de história do RCN.
Mas isso ocorre após vários anos de dificuldades para os funcionários do Serviço Nacional de Saúde da Grã-Bretanha (NHS), uma instituição reverenciada, mas sitiada, que está sofrendo devido à falta de pessoal, demanda altíssima e financiamento apertado.
“Fui para a enfermagem para cuidar de pacientes e, ao longo dos anos, minha capacidade de fornecer o nível de atendimento que meus pacientes merecem foi comprometida”, disse Andrea Mackay, que trabalhou como enfermeira por sete anos em um hospital no sudoeste da Inglaterra, disse à CNN sobre suas razões para greve quinta-feira.
“A realidade é que, todos os dias, enfermeiras em todo o Reino Unido estão entrando em hospitais com falta de pessoal”, disse Mackay. “O NHS funciona com a compaixão e a boa vontade das enfermeiras há anos… É insustentável.”
“Trata-se de pagar aos funcionários o que eles valem para que possam pagar as contas”, disse Jessie Collins, uma enfermeira pediátrica que se prepara para entrar na greve, à CNN, acrescentando que as pressões de pessoal prejudicaram o departamento de emergência em que ela trabalha regularmente. “Durante meus piores turnos, fui a única enfermeira de 28 crianças indispostas… não é seguro e não podemos oferecer os cuidados que essas crianças precisam às vezes”, disse ela.
Fonte: CNN Brasil