
Desde que o prefeito de Iranduba, Francisco Gomes da Silva, o Chico Doido (PDT), disse que tinha ido a um Motel da cidade para negociar propina exigida pelo vereador George Reis (PV), a vida política dele desandou ao ponto de no final do mandato estar sendo expulso do próprio partido e correndo perigo de ser preso por inúmeras irregularidades cometidas ao longo do mandato.
Chico Doido, inclusive, pode ter que responder na justiça com prisão, por causa de quase 20 denúncias de improbidade administrativa, desvio de dinheiro público, pagamento de propina e outros mal feitos ao longo do mandato.

Motel
O evento no Motel com o vereador George Reis, que estava só de cuecas esperando o dinheiro da propina, foi dito pelo próprio prefeito em uma reunião com professores do município de Iranduba e, amplamente divulgado em áudio nos portais e redes sociais.
Expulsão
Quanto à expulsão do PDT, o presidente da legenda em Iranduba, Paulo Onofre, que também é candidato a vereador nessas eleições, disse que ela acontecerá na próxima sexta feira (30) na reunião com a executiva do partido no município.

Um dos motivos para a tomada de decisão da executiva do partido em relação ao prefeito, foi a ação cível pública movida pelo Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM) por improbidade administrativa e deve punir Chico Doido por não ter repassado as contribuições previdenciárias dos servidores públicos e empresas ao órgão, conforme manda a Lei.
Chico Doido está condenado a devolver o dinheiro do Instituto Previdenciário Municipal, que teve destino incerto. Ele está com todos os bens indisponíveis e pode pagar multas de até 10 Mil/Dia, caso não cumpra a decisão judicial.
Vereadores x propinas
O problema de Iranduba, no entanto, segundo o presidente do PDT Paulo Onofre, tem sido a passividade da Câmara de Vereadores. Ao longo do mandato do prefeito Chico Doido. A grande maioria dos vereadores fecharam os olhos para todas as mazelas do executivo e ainda contribuiu para mantê-lo no cargo a custa de supostos favores e benefícios em dinheiro.
O próprio prefeito, em um de seus arroubos, disse que pagava R$ 1.500,00/mensais aos vereadores a troco de favores obtidos. Não especificou quais eram esses favores. Mas em outras ocasiões disse isso claramente e, em público.

Vereador preso
Outros, como o vereador Pedro Paulo Castro de Almeida (Pros), preso em flagrante ao receber propina, foi acusado pelo prefeito de ser um dos que o vinham extorquindo, mensalmente. Segundo o Ministério Público do Amazonas (MPAM), o prefeito disse ser vítima de um forte esquema de cobrança de propinas dos vereadores.
Reis
Quanto ao vereador do Motel, George Reis, ele chegou a negar ter ido ao encontro com o prefeito, para negociar apoio político na Câmara. Chegou até a interpelar o chefe do executivo por ter vazado a conversa íntima em um recinto fechado e apropriado para colóquios amorosos.
Ainda assim, Reis foi um dos vereadores de Iranduba que tiveram celulares apreendidos e a sua casa envolvida nas buscas e apreensão da Polícia Federal e Ministério Público, em outro processo criminoso dentro da Câmara Municipal.