
Está em estágio avançado projeto do Estado que visa o financiamento de associações e cooperativas para a exportação da castanha a mercados como o norte-americano. A Amazônia brasileira, com destaque para o Amazonas, é a maior produtora da amêndoa, mas o maior exportador é a Bolívia, uma atividade que sustenta milhares de famílias no Estado, com potencial para produzir pelo menos 350 toneladas de amêndoas por ano.
Pelo projeto em andamento, que teve nesta segunda-feira, dia 10, uma nova rodada de reuniões com representantes de associações, cooperativas, Fundação Vitória Amazônica e órgãos estaduais ligados ao setor primário, como o Idam, a Agência de Fomento do Estado do Amazonas S.A. (Afeam) deve financiar a compra da amêndoa pelas associações e cooperativas, com revenda garantida à iniciativa privada.

O presidente da Afeam, Alex Del Giglio, explica que atualmente falta recurso para as associações e cooperativas comprarem a produção das famílias coletoras, o que permite que outros atravessadores, fora do Amazonas, comprem a castanha, processem e exportem o produto. “O que queremos é justamente inverter essa lógica, fazendo com que a castanha gere mais riqueza no Amazonas”.
Cerca de 20 mil pessoas beneficiadas – Considerando apenas as cinco associações e cooperativas que estão participando desse projeto, o número de pessoas beneficiadas pode chegar a aproximadamente 20 mil. “O alcance social é muito grande. Estaremos estimulando a geração de emprego e renda no interior, explorando as potencialidades naturais do Estado”, acrescenta o presidente da Afea.

O representante do Idam na reunião desta segunda-feira, no auditório da Afeam, Malvino salvador, fez questão de destacar o cuidado com a qualidade em todo o processo produtivo, para que o produto atenda às exigências do mercado internacional. “A preocupação é desde a coleta. E com as certificações internacionais, o próprio preço do produto no mercado interno também melhora”.
Fomento ao desenvolvimento – Recurso na hora certa fará a diferença para as associações e cooperativas de castanha, como destaca o presidente Associação dos Produtores Agroextrativistas da Colônia da Sardinha (Aspacs), Gérson Galvão. “Hoje trabalhamos com aproximadamente 70 toneladas de castanha por ano, mas por falta de recursos, atravessadores de outros Estados compram a maior parte da produção local”.
A presidente da Associação dos Agropecuários de Beruri (Assoab), Sandra Soares Amud Neves, explica que atualmente a Assoab trabalha com uma pequena parte das famílias que coletam Castanha no município de Beruri, cerca de 40, por falta de capital de giro. “Com esse projeto (com financiamento da Afeam), poderemos alcançar até mesmo as 400 famílias que coletam castanha em nossa região”.