
A violência tem crescido no Amazonas, especialmente em municípios e comunidades ao longo dos chamados “Rios de Cocaína”, rotas fluviais usadas pelo tráfico de drogas. Um estudo do projeto ‘Amazônia 2030’ identificou dez rios no estado como parte dessa rota, consolidado entre 2005 e 2020.
O município de Eirunepé, banhado pelo Rio Juruá, registrou um aumento de 819% na taxa de homicídios entre 1996 e 2020. Segundo os pesquisadores, a política de interceptação aérea da Força Aérea Brasileira (FAB), adotada em 1998, incentivou o uso de barcos para o tráfico, aumentando a presença de facções criminosas nas comunidades ribeirinhas.
A mudança na logística do tráfico contribuiu para 27% das 5.337 mortes registradas em 67 cidades do Oeste da Amazônia entre 2005 e 2020. A maioria das vítimas eram homens entre 20 e 49 anos, mortos por arma de fogo ou faca.
O estudo recomenda medidas como fortalecimento do monitoramento das rotas fluviais, educação e capacitação nas comunidades, investimentos em alternativas sustentáveis e ampliação da cooperação internacional.
Rios usados pelo tráfico: Amazonas, Japurá, Javari, Envira, Madeira, Negro, Purus, Tarauacá, Uaupés e Xiê.
Fonte: g1/Amazonas