O secretário de Estado americano, John Kerry, disse na última terça-feira (8) que Washington não avançará com medidas contra a Venezuela enquanto decorrerem ações de mediação que possam conduzir a um diálogo entre o governo e a oposição. Segundo Kerry, o governo americano não se intrometerá na crise enquanto decorrerem mediações, para que isso não seja uma desculpa para o fracasso.
“Neste momento, estamos a favor dos esforços de mediação por parte de terceiros, que têm como objetivo pôr fim à violência e conseguir um diálogo honesto, para fazer frente às queixas legítimas das pessoas na Venezuela”, acrescentou.
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John Kerry falou durante audiência no Comitê de Relações Exteriores do Senado, onde foi interpelado pelo senador republicano Marco Rúbio sobre a posição do governo americano em relação à crise na Venezuela e à violência no país. O congressista lembrou que Caracas passa por “um momento muito delicado, com possibilidade de negociação”, e que se os venezuelanos “tiveram eleições não quer dizer que haja democracia”.
Por outro lado, disse que o governo americano manifestou preocupação com a situação na Venezuela e que ele próprio chegou a conversar sobre o tema, há algumas semanas, com o ministro venezuelano de Relações Exteriores, Elías Jaua. “Temos tido gente nossa no terreno, falando sobre o assunto, assim não acredito que haja nenhuma dúvida, do povo da Venezuela, sobre a nossa posição”, frisou.
Em março, a subsecretária de Estado dos EUA, Roberta Jacobson, informou que o governo pensava em implementar sanções contra a Venezuela, se não fossem criadas condições para um diálogo profundo que resolva a crise no país e para abrir um “espaço democrático” à oposição.
Admitindo que seria um “recurso extremo”, Roberta destacou que as sanções poderiam ser uma “ferramenta muito importante” se as possibilidades de diálogo entre o governo venezuelano e a oposição acabassem.
Há quase dois meses são registrados diariamente protestos em várias regiões da Venezuela e que resultaram, de acordo com dados oficiais, em 39 mortos, 608 feridos, 81 denúncias de violações de direitos humanos e danos materiais.
O governo venezuelano insiste que está em curso um “golpe de Estado continuado” contra o presidente legitimamente eleito, Nicolás Maduro.
O governo culpa a oposição pela violência e a oposição diz que a responsabilidade é do Executivo.
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