Ex-governador José Melo e esposa dão entrada em presídios

Carros com ex-governador e ex-primeira-dama chegam a complexo de presídios na BR-174. (Reprodução/G1)

O ex-governador do Amazonas José Melo e a esposa dele, Edilene Gomes Oliveira, deram entrada nos Centros de Detenção Provisória (CDPs), por volta de 15h desta quinta-feira (4). Minutos antes, o casal compareceu ao Instituto Médico Legal (IML) para exame de corpo e delito.


Melo e a ex-primeira-dama chegaram aos CDPs Masculino e Femino – ambos localizados no km 8 da BR-174, em Manaus – respectivamente, em carros diferentes. Eles foram acompanhados de agentes da Polícia Federal.

Carros com ex-governador e ex-primeira-dama chegam a complexo de presídios na BR-174. (Reprodução/G1)

Melo teve a prisão preventiva decretada nesta quinta (4). A esposa dele também foi presa. Eles são investigados na Operação ‘Maus Caminhos’, da Polícia Federal, que apurou o desvio de verbas da Saúde do Amazonas.

Melo e Edilene devem permanecer custodiados nos presídios até que o juiz natural da 4ª Vara Federal do Amazonas decida sobre o pedido subsidiário de transferência para presídio federal.

José Melo teve prisão preventiva decretada nesta quinta-feira (4) (Foto: Ariane Alcântara/G1 AM)

Crimes investigados
Segundo a Polícia Federal, a movimentação financeira do ex-governador do Amazonas é considerada incompatível com a renda dele. Melo teria recebido dinheiro em espécie do médico Mouhamad Moustafa.

“Nota técnica da CGU [Controladoria-Geral da União] aponta indícios de enriquecimento de José Melo, especialmente em virtude da aquisição de um imóvel de alto valor, avaliado em cerca de R$ 7 milhões, além de reformas vultuosas em sítio também de sua propriedade”, informou comunicado do MPF.

A Polícia Federal também diz que há movimentações financeiras atípicas nas empresas pertencentes à Edilene Olveira. Ela ainda é investigada por interferir nas investigações com a destruição de possíveis provas.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), o casal ainda intimidava testemunhas da “Maus Caminhos” para prestarem falso depoimento.

Edilene Oliveira também foi presa por participação no esquema de desvios da Saúde (Foto: Ariane Alcântara/G1 AM)

Prisões
A Justiça Federal converteu a prisão temporária do ex-governador José Melo em preventiva e decretou a prisão da ex-primeira-dama Edilene Gomes Oliveira.

Melo cumpria prisão temporária de cinco dias, que expirava nesta quinta-feira (4). Com a decisão, ele permanecerá detido por tempo indeterminado.

Cassado por compra de votos na eleição de 2014, Melo foi preso durante a terceira fase da Operação Maus Caminhos, que apura desvios de verba e fraudes na área da Saúde.

Presos nas três fases da Maus Caminhos

José Melo, ex-governador do Amazonas – prisão preventiva;
Evandro Melo, irmão dele e ex-secretário de Administração e Gestão – prisão preventiva;
Wilson Alecrim, ex-secretário de Saúde – prisão preventiva;
Afonso Lobo de Moraes, ex-secretário de Fazenda – prisão preventiva;
Pedro Elias, ex-secretário de Saúde – prisão preventiva;
Edilene Gomes Oliveira, ex-primeira-dama – prisão preventiva

Também são suspeitos

Raul Zaidan, ex-chefe da Casa Civil;
Mouhamad Moustafá, médico

Raul Zaidan e Mouhamad Moustafá tiveram indeferidos pedido de prisão preventiva. A Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) confirmou que eles foram liberados.

Além de Moustafá e Zaidan, a decisão também envolve Keytiane Evangelista e José Duarte Filho. No documento, o juiz plantonista Wendelson Pereira Pessoa pontua que não foram verificados “fatos novos aptos à decretação de prisão preventiva dos investigados”.

Sobre a operação
O grupo é suspeito de participar de um esquema de desvio de verbas na Saúde do Estado. A Maus Caminhos apontou o envolvimento deles em 2016. Ex-secretários e o ex-governador José Melo estão entre os presos ao longo das três fases da operação.

Os investigados possuíam contratos firmados com o Governo do Estado para a gestão de unidades de saúde, que era feita por meio do Instituto Novos Caminhos (INC), instituição qualificada como organização social.

As investigações que deram origem à operação demonstraram que, dos quase R$ 900 milhões repassados, entre 2014 e 2015, pelo Fundo Nacional de Saúde (FNS) ao Fundo Estadual de Saúde (FES), mais de R$ 250 milhões teriam sido destinados ao INC.

Fonte: G1

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