Exercício de guerra reúne mais de 100 aeronaves e 14 países no RN

Aviões da Força Aérea Brasileira no CRUZEX 2018 — Foto: Pedro Vitorino

A 8ª edição do Exercício Cruzeiro do Sul (CRUZEX) – treinamento militar organizado pela Força Aérea Brasileira (FAB) que simula situações de guerra moderna, começou hoje (18) e vai até o dia 30, em Natal . Exército e Marinha também participam. Esta edição reúne mais de 100 aeronaves, além de militares e observadores representantes de 14 nações.


Brasil, Canadá, Chile, França, Peru, Uruguai e Estados Unidos estão presentes com militares e aviões. Já Bolívia, Índia, Suécia, Reino Unido e Venezuela participam como observadores. Portugal trará militares de forças especiais e, ao lado de Alemanha e França, ministrará palestras em um seminário sobre o emprego do poder aéreo em missões da Organização das Nações Unidas (ONU).

Aeronaves que participam do CRUZEX decolam da Base Aérea de Natal — Foto: Pedro Vitorino

O exercício permite que os tripulantes treinem o combate aéreo em operações combinadas, ou seja, diferentes países atuando em cenários de conflito de maneira integrada e cooperativa, promovendo a troca de experiências entre os integrantes das forças aéreas participantes.

Aviões da Força Aérea Brasileira no CRUZEX 2018 — Foto: Pedro Vitorino

“A CRUZEX permite o intercâmbio de competências operacionais. Além de estreitar os laços entre os países, possibilita agregar conhecimentos de outras nações que possuem experiências em cenários de ação conjunta”, afirma o diretor da CRUZEX, o Brigadeiro do Ar Luiz Guilherme Silveira de Medeiros.

Força Aérea Chilena também participa dos exercícios — Foto: Pedro Vitorino

Guerras convencional e não convencional

Os cenários preparados para o treinamento envolvem guerra convencional e não convencional. No cenário de guerra convencional, serão realizados os chamados “COMAOs”, sigla em inglês para Composite Air Operations, em que um cerca de 40 a 50 aeronaves de naturezas distintas decolam em sequência para (em tempo e espaço limitados) realizar missões com objetivos comuns ou complementares.

Reabastecedor KC-135 — Foto: Pedro Vitorino

Uma das novidades desta edição do exercício é o treinamento em cenários de guerra não convencional, no inglês UW scenario – sigla para Unconventional Warfare, onde o combate é contra forças insurgentes ou paramilitares e não entre dois Estados constituídos. Trata-se de situações encontradas em missões onde atua a Organização das Nações Unidas (ONU).

Força Aérea Americana também está presente – CRUZEX 2018 — Foto: Pedro Vitorino

Segundo o diretor do exercício, a importância para a FAB treinar esse cenário não convencional está na possibilidade de o Brasil enviar aeronaves para integrar missões da ONU. “Se acontecer, precisamos estar preparados”, explica o Brigadeiro Medeiros. A CRUZEX vai permitir aos brasileiros treinarem ao lado de militares estrangeiros que já realizam esse tipo de missão no contexto da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN).

Aviões da FAB também participam do treinamento — Foto: Pedro Vitorino

Aeronaves e delegações

Os países participantes deslocarão aeronaves de caça, como os F-16 norte-americanos e chilenos; cargueiros e reabastecedores, como os CC-130J canadenses.

Os EUA participam com aproximadamente 130 militares, um reabastecedor KC-135 e seis caças F-16. A Força Aérea Chilena participa com um esforço muito semelhante: são cinco caças F-16 e um reabastecedor KC-135. A delegação, entre pilotos e equipes de manutenção, terá em torno de 90 militares. Essa é a quarta vez que o Chile participa da CRUZEX.

Peru também enviou aviões para o CRUZEX 2018 — Foto: Pedro Vitorino

O Peru trará quatro caças A-37 e quatro caças Mirage 2000, com uma comitiva em torno de cem militares. A França participa com um cargueiro C-235; o Canadá com dois cargueiros CC-130J; e o Uruguai com quatro caças A-37.

A Força Aérea Brasileira desloca para a Ala 10 em torno de 70 aeronaves de múltiplas aviações, além dos caças AF-1 da Marinha do Brasil, que participam pela primeira vez do exercício.

Peru também enviou aviões para o CRUZEX 2018 — Foto: Pedro Vitorino

CRUZEX

O Exercício Cruzeiro do Sul é uma operação aérea multinacional comandada pela Força Aérea Brasileira desde 2002. O objetivo é simular missões no ambiente de guerra moderna.

1ª Edição: Foi realizada em 2002 a partir de Canoas (RS) e reuniu três países: Brasil, Argentina e França. O Chile participou como observador.

2ª Edição: Aconteceu em Natal dois anos depois, em 2004, e reuniu quatro países: Argentina, Brasil, França e Venezuela. África do Sul, Peru e Uruguai foram observadores.

3ª Edição: Foi em 2006, e foi realizada em Anápolis (GO). Contou com a participação de sete países: Argentina, Brasil, Chile, França, Peru, Uruguai e Venezuela.

4ª Edição: Foi realizada em 2008, novamente em Natal, e participaram cinco países: Brasil, Chile, França, Uruguai e Venezuela. Como observadores estiveram presentes outros sete países: Bolívia, Canadá, Colômbia, Equador, Grã-Bretanha, Peru e Paraguai.

5ª Edição: Em 2010 veio a quinta edição, mais uma vez realizada em Natal (RN), e reuniu cinco países (Brasil, Argentina, Chile, França e Estados Unidos) e outros seis como observadores (Bolívia, Equador, Canadá, Inglaterra, Colômbia e Paraguai).

6ª Edição: Foi em 2012, e foi dedicada exclusivamente à área de Comando e Controle (CRUZEX C2). Também ocorreu em Natal, e reuniu 12 países: Brasil, Argentina, Canadá, Chile, Equador, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Peru, Suécia, Uruguai e Venezuela. Portugal participou como observador.

7ª Edição: A última edição aconteceu há cinco anos, em 2013. E a capital potiguar foi palco novamente. Na ocasião, a CRUZEX Flight reuniu oito países: Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Estados Unidos, Equador, Uruguai e Venezuela.

Fonte: G1

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