Fieam, 60, e Cieam, 41, motores da indústria amazonense – por Osíris Silva

Escritor e economista Osíris Silva/Foto: Divulgação

Enquanto a Federação das Indústrias do Amazonas (Fieam) completa 60 anos de existência, sua co-irmã, o Cieam, chega aos 41 anos desde sua fundação em 1979. Sob a liderança de Mário Expedito Guerreiro, seu primeiro presidente, a decisão de criar nova entidade foi motivada pela necessidade gerada a partir do Distrito Industrial (DI) de uma representação mais ágil e ajustada às demandas do florescente parque fabril da Zona Franca de Manaus (ZFM). A iniciativa de imediato contou com a adesão de importantes lideranças do comércio e do então DI, hoje Polo Industrial de Manaus (PIM). O Distrito à época vivia a fase de arranque dos investimentos impelidos pela política de incentivos fiscais adotada pelo governo Federal via Sudam e Suframa, complementada por estímulos fiscais oriundos das leis de incentivos estadual e municipal.


Mario Guerreiro, nessa caminhada contou com a participação de importantes nomes líderes dos negócios tradicionais e nascentes na ZFM, destacando-se, entre os fundadores da entidade, Edgar Monteiro de Paula, Moysés Israel, Moysés Sabbá, Antônio Andrade de Simões, Natan Xavier de Albuquerque, Robert Daou, Paulo Vellinho, Eugênio Staub, Gabriel Comprido, Fernando Bonfim, Luiz e José Cruz, Daniel Feder, Mário Hauser, Otto Fleck, Afonso Hennel, Waldemiro Lustoza, Francisco Garcia, Abe Kryss, Marcílio Junqueira, Dahilton Cabral, Nelson Azevedo, José dos Santos Azevedo.

O Cieam, apoiado pelas cooperadas Eletros e Abraciclos, fortaleceu-se a partir da montagem de uma infraestrutura operacional sofisticada que abrange permanentes ações por meio de câmaras especializadas e reuniões técnicas multi setoriais sobre questões conjunturais do cotidiano dos associados; indicadores industriais operados com a Suframa, publicação três vezes por semana da coluna follow-up – a voz do PIM – no Jornal do Commercio, originalmente assinada pelo saudoso economista Ronaldo Bonfim, hoje por Alfredo Lopes.

Merecem destaque, adicionalmente, intervenções de forte impacto junto à sociedade amazonense, tais como o direcionamento de recursos das empresas incentivadas à instalação e manutenção da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e operacionalização do FTI – Fundo de Fomento ao Turismo, Infraestrutura, Serviços e Interiorização do Desenvolvimento e FMPES – Fundo de Apoio às Micro e Pequenas Empresas e ao Desenvolvimento do Amazonas.

As motivações operacionais de Cieam assumiram, nesse período, contornos mais abrangentes, desafiantes, mais complexos e de dimensões abissais em relação ao status quo prevalente no transcurso da icônica década de 70 para os anos 80. A ZFM encontra-se diante da premente necessidade de ajuste das políticas públicas que dão sustentação aos novos padrões que dão sustentação aos avanços econômicos, tecnológicos, comerciais e de logística derivados a) das transformações promovidas pela Revolução Industrial 4.0 e b) da necessidade de integrar, cooperativamente, o PIM ao mundo da bioeconomia, a exploração sustentável dos recursos de nossa biodiversidade, que, naquele período, não configuravam preocupações objetivas do governo, muito menos das classes empresariais.

A ZFM, com efeito, restrita ao comércio e à indústria, menosprezou o setor primário, vetor fundamental à integração multi setorial da economia assim preconizado no DL 288/67 tendo em vista a implantação “de um pólo industrial, comercial e agropecuário no interior da Amazônia Ocidental”. Após décadas de costas para o setor primário, governos federal e estadual, Fieam e Cieam, hoje, contudo, trabalham forte e integradamente para a correção das inconsistências e ajustamento do “modelo” a uma política de incentivos direcionada ao desenvolvimento do Amazonas e da Zona Franca de Manaus como um todo. Por fim, há de se reconhecer, no percurso, o mérito das gestões implementadas pelo Cieam sob o comando de diretores, conselheiros conscientes e o profissionalismo das assessorias técnicas e dos respectivos times de colaboradores.

Manaus, 17 de agosto de 2020.

 

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