Ford antecipa fechamento e prepara demissões em massa para antes de novembro

Atividades nas plantas deverão ser retomadas na segunda-feira - foto: Divulgação

A negociação para o fechamento da fábrica foi feita diretamente com o Sindicado dos Metalúrgicos do ABC (dirigido pela CUT). Com a desculpa de “falta de lucratividade” a montadora multinacional além de deixar milhares de família na rua, ainda abre caminho para um aplicação mais severa da reforma trabalhista.


O desenrolar do fechamento por dentro da fábrica, já conta com quase mil demitidos além dos trabalhadores que adeririam ao PDV (Plano de Demissão Voluntária), em uma negociação onde receberão dois salários por ano trabalhado como acordo para supressão das leis trabalhistas, mais um reflexo da reforma.

Em assembléia no interior da fábrica Wagner Santana, o Wagnão, Presidente do SMABC, explicou aos funcionários que a produção diminuiria gradativamente por contra do fechamento, e por isso a Ford desligaria funcionários, mantendo somente a produção de caminhões. Em entrevista ao Diário do Grande ABC, Wagnão se mostrou muito preocupado com a possível compradora da planta e quais acordos fazer para a readmissão de funcionários. Todas as possibilidades significam, precarização dos postos de trabalho e menores salários.

A situação da Ford é reflexo direto de qual a intenção da Burocracia que dirige o SMABC e a CUT. Desde de que foi anunciado o fechamento da planta de SBC, os trabalhadores demonstraram enorme disposição de luta, que foi rebatida pelo sindicato mandando todos os trabalhadores para casa para efetivar a greve. Enquanto isso sentava nas mesas de negociações com a patronal e com o governo.

Foto: Divulgação

O sindicato coloca nas mão das negociações com políticos e empresários a vida de milhares de famílias, e se nega a construir um plano de luta efetivo para garantir os postos de trabalho. Ignora uma taxa de desemprego de 14 milhões de pessoas, a implementação brutal da reforma trabalhista que longe de gerar empregos só precariza ainda mais as condições de trabalho e somado a isso a recente aprovação em primeiro turno da reforma da previdência, que pretende nos fazer trabalhar até morrer nas piores condições possíveis.

O sindicato ignora que o nível de desemprego leva os trabalhadores e se subordinar a situações cada vez mais precárias de trabalho, e a juventude é o setor de trabalhadores que mais é afetado por essas condições, se submetendo a trabalhos ultra precários, com jornadas de trabalho ultra exaustivas e morrendo trabalhando como o caso do entregador da Rappi Thiago Dias, que sofreu de mal súbito, não teve nenhum apoio da empresa em seu socorro e acabou morrendo.

O aceleramento do fechamento da Ford em SBC é só mais um exemplo do destino que os capitalistas esperam para os trabalhadores, que paguemos com nossas vidas suas crises, enquanto mantém seus padrões e privilégios. A reforma trabalhista e da previdência são ferramentas desses setores para efetivaram isso e acordos e negociatas com eles não melhorarão nossas condições de vida. Os sindicatos precisam sair dessa paralisia e pararem com os discurso de que são contra a reforma para demonstrarem isso através de ações, assembleias em cada local de trabalho como parte de um plano de lutas para derrotar os ataques do governo Bolsonaro. Apenas a organização os trabalhadores aliados com a juventude poderá de fato dar uma resposta que seja benéfica a nossa classe e que ataque os privilégios dos capitalistas e não nossas vidas.

Fonte: Top Buzz

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