Garimpo contamina sete rios e afluentes da Terra Indígena Yanomami com mercúrio

Garimpo contamina rio na Terra Indígena Yanomami - Reprodução/Amazônia Real

Sete rios e três afluentes da Terra Indígena Yanomami estão contaminados por mercúrio, com peixes apresentando altos níveis de contaminação, segundo um estudo da WWF-Brasil divulgado em 30 de outubro. Os rios afetados são Parima, Uraricaá, Amajari, Apiaú, Uraricoera, Mucajaí e Couto de Magalhães, enquanto os afluentes são Auaris, Trairão e Ereu, todos próximos a áreas de garimpo ilegais.


O mercúrio, usado pelos garimpeiros para purificar o ouro, se acumula nos rios, poluindo o meio ambiente e afetando a saúde das comunidades locais. O estudo revela que o Uraricoera e o Mucajaí têm os maiores níveis de bioacumulação, superando os limites seguros estabelecidos pela OMS.

A Terra Yanomami, localizada em Roraima e Amazonas, abriga 31 mil indígenas e enfrenta uma grave crise humanitária causada pela atividade garimpeira. Em 2022, a Polícia Federal constatou que quatro rios da região estavam contaminados em níveis alarmantes. Recentemente, a Fiocruz informou que 94% dos indígenas de nove comunidades apresentam altos níveis de contaminação por mercúrio.

Mercúrio é usado em garimpos ilegais. — Foto: Ipen/Divulgação/Arquivo

O ciclo de contaminação começa com a amalgamação do ouro e do mercúrio, que, após ser aquecido, evapora e se deposita no solo e nos rios, aumentando a degradação e a poluição hídrica. O mercúrio se transforma em metilmercúrio, acumulando-se na cadeia alimentar, especialmente em peixes, afetando a saúde das populações que os consomem.

O estudo recomenda a implementação de um programa de monitoramento, melhorias na legislação e a formação de um conselho alimentar para orientar o consumo de peixe, adaptando-se às diretrizes às realidades locais.

Com 9,6 milhões de hectares, a Terra Yanomami enfrentou uma crise sem precedentes, com casos de malária e desnutrição. Apesar das ações do governo para conter o garimpo ilegal, a situação permanece crítica, com cerca de sete mil garimpeiros ainda ativos na região.

Fonte: g1/Amazonas

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