
Um dia depois do afastamento de Romero Jucá, que caiu do Planejamento após vazarem os áudios em que ele trata o impeachment como uma manobra para deter a Lava Jato e “estancar essa sangria”, num acordão que envolveria até integrantes do Supremo Tribunal Federal, o ministro Gilmar Mendes foi o primeiro a falar e minimizou o caso. “Não vi isso”, afirmou, ao ser questionado sobre eventual tentativa de obstruir a Justiça.
No entanto, Gilmar admitiu ter bom relacionamento com o ministro licenciado. “Sou uma pessoa que tenho bom relacionamento com o Jucá desde o governo Fernando Henrique e ele nunca me procurou sobre isso”.
Ele também reiterou que nada será capaz de conter o ímpeto da operação. “A mim, me parece que não há nada para mudar o curso”, afirmou.
Nos diálogos com Sergio Machado, ex-presidente da Transpetro, Jucá disse ter falado com vários ministros do STF, afirmando ainda que só seria possível conter o avanço da Lava Jato se a presidente Dilma Rousseff fosse afastada do cargo.
Vários jornais do mundo viram na fala de Jucá a comprovação de que o impeachment nada mais foi do que a conspiração de uma elite corrupta, que promoveu uma mudança de governo para tentar se preservar.
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi eleito informalmente hoje (24) para presidir a Segunda Turma da Corte, colegiado responsável pelo julgamento dos processos oriundos da Operação Lava Jato.
A partir da próxima terça-feira (31), Mendes assumirá a cadeira, atualmente ocupada pelo ministro Dias Toffoli.
Cabe ao presidente da Turma definir o andamento dos trabalhos e a pauta de julgamentos. Mendes comandará a turma em função da renúncia do decano, Celso de Mello, que seria o próximo a assumir a presidência, cujo mandato é de um ano.
Também fazem parte da Segunda Turma a ministra Carmen Lúcia e o relator da Lava Jato, ministro Teori Zavascki.
(WSCOM)