Governo Melo: sonho e pesadelo – por Ademir Ramos

José Melo na promulgação da PEC da ZFM, no Congresso NacionaL
José Melo na promulgação da PEC da ZFM, no Congresso NacionaL
José Melo na promulgação da PEC da ZFM, no Congresso NacionaL

Terminada a Piracaia, o governador José Melo (PROS) volta a Manaus e começa a redesenhar o seu novo governo para os próximos quatro anos (2015-18). A vantagem é que ele como ninguém em tese conhece os expedientes, a dinâmica e os atores que atuam neste processo e mais ainda, agora como governador eleito tem a legitimidade de intervir nos programas, projetos e ações e redimensioná-los nos termos das diretrizes, estratégias e metas aprovadas em seu planejamento, considerando o sonho que Manaus lhe propiciou nas urnas, conferindo a vitória em todas as zonas eleitorais da capital do Estado, enquanto o interior pela omissão do Estado e de seus agentes sofre de um verdadeiro pesadelo marcado pela exclusão social, a perversa desigualdade, a insegurança e, principalmente, a irresponsabilidade de determinados Prefeitos e Agentes Públicos que além de explorar nossa gente reduz o poder público aos interesses privados e particulares.
Em Manaus, as ações articuladas com o Prefeito Artur Neto tem se consumado em resultado positivo, podendo se consolidar ainda mais em determinadas frentes de obras e serviço em atenção à periferia de Manaus e o próprio Centro histórico da cidade focando na segurança, cultura, educação e turismo. Esta Agenda deve ser definida em regime de colaboração nos termos do planejamento estratégico, contemplando a participação dos movimentos e organizações sociais como protagonistas destes processos. Queira Deus, que nada aconteça neste curso e que o Governo Melo não se deixe seduzir pelo canto da Sereia, mantendo-se firme na direção e no comando de sua tropa com visão, conceito e determinação.
Com Brasília, possivelmente, o Governador Melo terá a primeira tratativa em se tratando da sucessão na SUFRAMA.


Cabe-nos observar como a Presidente Dilma Rousseff (PT) vai dar cabo da matéria se agirá de cima baixa, como tem sido seu estilo, ou vai cumprir o rito que era antes de consulta ao Governo do Amazonas na tentativa de se construir um consenso em torno de um nome, deixando que o Governo do Estado indique o futuro superintendente da SUFRAMA. Este primeiro ensaio pode definir como será as futuras relações do Governo Melo com a Presidência da República. Ademais, cabe também a bancada federal mostrar serviço e começar a trabalhar no sentido de acelerar as obras do PAC no Estado, bem como ampliar os projetos de saúde, segurança, ciência e tecnologia, cultura, educação e de transferência de renda em favor do nosso povo.
Feito o planejamento, penso que não dá para esperar celebração de termos de convênio com as Prefeituras, é preciso agir de imediato tanto nas frentes de obras como também nas ações de saúde, educação, produção, segurança, entre outras, comprometendo cada vez mais as Prefeituras nas articulações que operam na ponta, exigindo destas contrapartidas nos termos operacionais no projeto. Nada de discussão de cláusulas e princípios, discute-se a obra, o feito e ação nos termos legais e orçamentários compartilhando responsabilidade. É necessário agir na legalidade, transparência, dando publicidade ás ações, visando unicamente acabar com o pesadelo que perturba o povo do nosso interior.
O Governador Melo e seus Agentes tratarão diretamente com os Prefeitos sobre a matéria, cabendo a bancada Legislativa do Estado sob a direção tanto do Líder do Governo e da Mesa Diretiva da Casa articular e mobilizar os vereadores e suas Câmaras Municipais, criando um campo político favorável para implementar um novo Modo Operandi centrado nas diretrizes, estratégias e metas, minimizando as práticas carismáticas relativas ao caciquismo que ainda impera na política local e nacional. Em consideração a estes vícios tradicionais a governabilidade deve ser construída com habilidade e competência em respeito aos preceitos constitucionais e os valores Republicanos. Desta feita, quem sabe possamos sonhar juntos por um Amazonas próspero e um povo feliz.
*Ademir Ramos é professor da Universidade Federal do Amazonas, criador e professor do curso de Ciências Sociais, formado em Antropologia, coordena o Núcleo de Cultura Política da Ufam.

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