
“O caso do homem belga com a síndrome de ‘autocervejaria’ que foi liberado pelo tribunal após dirigir embriagado várias vezes revela a complexidade das interações entre condições médicas raras e o sistema legal.
A síndrome, que causa a produção de etanol endógeno após a ingestão de carboidratos, é considerada subdiagnosticada, afetando apenas cerca de vinte pessoas em todo o mundo.
A advogada Anse Ghesquiere, que representou o homem, conseguiu provar sua condição ao envolver três médicos no processo judicial. O tribunal considerou o caso como ‘um caso de força maior’, reconhecendo que sua condição o levava a exceder os limites legais de alcoolemia sem consumir álcool intencionalmente. Além disso, o homem não estava ciente da síndrome que sofria, destacando a necessidade de maior conscientização sobre condições médicas incomuns.
Atualmente, o homem segue uma dieta especial com baixo teor de carboidratos para evitar que a síndrome seja desencadeada. No entanto, a decisão do tribunal ainda pode ser contestada pela promotoria, mantendo o desfecho final em aberto.
Esse caso enfatiza a importância de uma abordagem holística e informada ao lidar com condições médicas únicas, destacando a necessidade de maior pesquisa, diagnóstico precoce e conscientização para situações médicas incomuns como a síndrome de ‘autocervejaria’.”
Fonte: Globo