O Brasil brilhou no segundo dia das Paralimpíadas de Paris, com a conquista do primeiro ouro no atletismo, tradicionalmente uma das principais fontes de medalhas para o país. Julio Cesar Agripino dominou a prova dos 5000m na classe T11, garantindo o ouro e, de quebra, batendo o recorde mundial com o tempo impressionante de 14min48s85. O feito não parou por aí: o Brasil também subiu ao pódio com Yeltsin Jacques, que levou o bronze, assegurando uma dobradinha histórica para o país.
Julio liderou a prova quase de ponta a ponta, demonstrando excelente preparação física e estratégia. Após iniciar em um ritmo mais moderado, ele rapidamente acelerou, assumindo a liderança e ampliando a vantagem nas voltas finais. O recorde mundial anterior, que pertencia a Yeltsin Jacques, foi superado com um desempenho impecável.
Emocionado após a vitória, Julio Cesar dedicou a medalha às crianças de sua cidade natal, Diadema, e destacou a importância do esporte como ferramenta de transformação social. “Isso mostra o poder que a gente que saiu da periferia tem”, declarou o campeão paralímpico e novo recordista mundial.
Yeltsin Jacques, que retornava de uma lesão e enfrentou desafios de saúde nos últimos dias, ainda assim conseguiu uma excelente marca de 14min52s61, ficando com o bronze. O atleta agradeceu o apoio dos brasileiros e celebrou a vitória de Julio, destacando o espírito de superação que marcou a competição.
Além da vitória em Paris, Julio Cesar tem em sua trajetória conquistas significativas, como o ouro nos 1.500m e a prata nos 5.000m no Mundial de Kobe, em 2024, além de medalhas nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago 2023. Nascido em Diadema, São Paulo, Julio foi diagnosticado com ceratocone aos sete anos e, desde então, trilha um caminho de superação e vitórias no atletismo paralímpico.
Fonte: ge