Justiça derruba diretoria sindical “controlada por advogado”

Demorou, mas aconteceu nessa quarta feira (18), a decisão de destituir o presidente Carlos Gonzaga e toda a diretoria do Sindicato dos Transportes de Cargas do Amazonas (Sindicargas). A decisão é da 14ª Vara da Justiça do Trabalho de Manaus, onde o tribunal acatou denúncias graves de improbidade administrativa, uso indevido de verbas sindicais, venda ilegal do patrimônio da instituição trabalhista e outras irregularidades graves. 


A partir de hoje, o Sindicargas será dirigido por uma junta governativa, até que se chame uma nova eleição para a direção da entidade sindical. Por decisão do TRT, a eleição anterior foi anulada por conter vícios e falta de representatividade na sua composição.

As eleições para a diretoria deposta, aconteceu por aclamação, em uma assembleia montada especificamente para isso. Como já era de conhecimento de todas as categorias sindicais do Amazonas, o Sindicargas era controlado pelo advogado Amadeu Maués, que influenciava diretamente nas decisões do presidente e nos recursos originários das contribuições sindicais, taxas de serviços e arrecadações nas empresas.

Conforme apurado pelo site, a eleição que elegeu o presidente destituído Carlos Gonzaga, tinha pouco mais de 80 pessoas. A maioria delas contratadas por R$ 50 para levantar a mão na hora da votação por aclamação. As denúncias não param por ai. No clube onde aconteceu a eleição (não citaremos o nome do clube por decisão dessa editoria), até os porteiros e segurança votaram.

Na ex-diretoria do Sindicargas, nem todos eram da categoria. A começar pelo advogado Amadeu Maués, que por várias vezes deu demonstrações públicas de mandatário sindical. Em novembro de 2015, vasou três vídeos, onde o advogado aparecia exigindo uma maior fatia na “partilha do bolo”. Era uma espécie de “lava roupa”, para saber quem ficaria com o dinheiro da categoria arrecadado de 2005 para cá. Ele não rebateu as notícias veiculadas e nem pediu direito de resposta.

Nas três gravações, ele se auto intitulava o dono da estrutura administrativa e financeira da entidade trabalhista e das decisões da presidência. Duas semanas depois, o então presidente do Sindicargas, Carlos Gonzaga procurou a redação do Correio da Amazônia, não para desmentir, mas para justificar a sua administração, que segundo ele, era a mais honesta de todas as diretorias sindicais no Estado e que o advogado era uma pessoas boa, “sabia ler, escrever, era inteligente” e que todos procuravam por ele para resolver liminares na justiça.

Mas entrou em contradição, ao falar de uma verba astronômica, algo em torno de R$ 1,5 Bi, gastos com obras, patrimônio e serviços destinados aos trabalhadores desde a presidência anterior. Ocorre que, nesse intervalo de tempo, o Sindicargas perdeu sua sede, terreno do balneário, carros e outros patrimônios. Todos foram vendidos por diretores e presidentes. Hoje, o que existe, é um jogo de acusações onde o presidente diz que o tesoureiro desvia verbas do sindicato e o presidente retribui falando a mesma coisa do tesoureiro.

Enquanto isso, os mais de 25 mil trabalhadores da categoria, representados por pouco mais de 80 votos, sofrem com a falta dos serviços que o sindicato teria que prestar a eles, como: serviços jurídicos, auxilio social, consultas odontológicas, medicamentos e outros benefícios que o trabalhador tem direito. O caos que se implantou no sindicato, na sua maior parte, é atribuído a intrigas internas originadas no setor financeiro, pela disputa de poder e controle das verbas sindicais. Essas são palavras extraídas da entrevista com o ex-presidente, gravadas pela redação do site.

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