
Empresa KL tenta se rebelar, obrigando a desfiliação de todos os seus trabalhadores do Sindicato dos Transportes Especial (Sindespecial), mas se depara com uma ação cível pública e uma liminar expedida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), proibindo a prática da política antissindical da empresa e estabelece multa de R$ 5.000,00 para cada caso de nova tentativa de transgressão da ordem jucicial.
A diretoria do Sindespecial descobriu que a KL Transportes estava fazendo represália contra o Sindicato da categoria dentro da empresa, obrigando os trabalhadores sindicalizados a se desfiliarem e os que estavam sendo contratados a não se filiarem e, os que se recusassem a não se desfiliar, seriam demitidos por justa causa.
Desfiliação em massa
Com medo de serem demitidos, os funcionários da KL Transportes pediram desfiliação em massa. Dos 200 associados, ficaram apenas (05) cinco trabalhadores, os outros foram obrigados a fazer a carta de desfiliação ou, pegar o caminho da rua, sem direito a nada.
“Nós entramos com uma ação na Justiça do Trabalho, ganhamos uma liminar, e conseguimos que a justiça desse uma multa de R$ 5.000,00 se a KL continuar a praticar os atos antissindicais dentro da empresa. Esse valor é por cada ato praticando”, informou o presidente do Sindespecial, William Enock.

Filiação ou não
De acordo com Enock, toda a categoria não deve se sentir obrigada a se filiar e nem a se desfiliar. “A política do Sindespecial é a de deixar os trabalhadores à vontade para se sindicaliazar ou não. Só não vamos tolerar que empresas do sistema ‘coloquem faca no pescoço do trabalhador’, ameaçando para eles se distanciarem do Sindicato. Não vamos aceitar este tipo de represália só porque os donos da empresa não gostam da diretoria do Sindespecial”, acentuou.
Denúncias
Enock disse ainda, que foram coletadas várias provas de que a KL Transportes estava praticando a política antissindical. Era o dono da empresa intimidando os trabalhadores, encarregados ameaçando demitir por justa causa quem estava querendo permanecer filiado e, todas essas provas estão na ação movida contra eles.
De acordo com informações dos próprios trabalhadores, a KL Transportes adotou, também, a política de contratação temporária por três meses, para tentar burlar as leis trabalhistas. Com isso, eles tentam não recolher o FGTS, o INSS, o pagamento de multas rescisórias, além de criar desconforto ao trabalhador, para que ele se irrite e seja demitido.
O assédio, também é um dos problemas mais sérios dentro da KL Transportes. Eles ‘obrigam’ trabalhadores a fazerem rotas noturnas, irem para ramais perigosos, sem segurança e de manhã cedo, recebem a notícia de que forma desligados, demitidos.
Insegurança, para quem desfiliar-se do Sindicato ainda é maior. Quando o trabalhador pede a desfiliação, geralmente são demitidos em seguida. Um dos motivos é porque a empresa sabe que não tem ninguém para lutar contra as irregularidades cometidas por ela.
A KL ainda usa o expediente, para obrigar os trabalhadores saírem com o carro antes do horário e depois do horário de trabalho, mas só registram o ponto, quando voltam. Geralmente, os trabalhadores trabalham duas horas a mais, sem registro de ponto.
Conforme disse o presidente William Enock, é por este motivos que a empresa quer ver todo mundo desfiliado. “Dessa forma, não tem ninguém para lutar pelos direitos dos trabalhadores”, acrescenta.
O Jurídico do Sindespecial vai entrar com as ações trabalhistas de cada trabalhador que foi enganado e prejudicado pela empresa.
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