
Neste sábado (15), líderes mundiais se reuniram em um resort de montanha na Suíça para atrair apoio às propostas de paz para a Ucrânia. A cúpula, que contou com a participação de mais de 90 países, não teve a presença do presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que enviou a vice-presidente Kamala Harris em seu lugar. A China rejeitou o evento, e Moscou considerou a reunião “uma perda de tempo”. O presidente brasileiro Lula também recusou o convite, argumentando que nenhuma cúpula alcançará a paz sem o envolvimento da Rússia nas negociações.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, celebrou a ampla participação na reunião e afirmou que os acordos alcançados farão parte do processo de pacificação. “A Ucrânia nunca quis esta guerra. É uma agressão criminosa e absolutamente não provocada por parte da Rússia”, declarou ao lado da presidente suíça, Viola Amherd, que destacou o sofrimento e as violações do direito internacional causadas pelo conflito.
A cúpula abordou preocupações amplas desencadeadas pela guerra, como a segurança alimentar e nuclear, e um rascunho da declaração final identificando a Rússia como agressor. O chanceler alemão, Olaf Scholz, considerou a reunião um passo importante, destacando que “muitas questões de paz e segurança serão discutidas”.
Kamala Harris anunciou mais de 1,5 bilhões de dólares em ajuda humanitária e energética para a Ucrânia, cuja infraestrutura tem sido severamente danificada pelos ataques aéreos russos desde 2022.
Na véspera da Cúpula da Paz, o presidente russo, Vladimir Putin, declarou que a Rússia encerraria a guerra se Kiev abandonasse suas ambições na Otan e entregasse quatro províncias reivindicadas por Moscou, exigências rapidamente rejeitadas pela Ucrânia. O chanceler alemão classificou a proposta de Putin como uma tentativa de gerar tumulto, afirmando que “todo mundo sabe que esta não é uma proposta séria”.
A China, acusada por Zelensky de ajudar a Rússia a minar a reunião, negou a acusação. Segundo Richard Gowan, diretor da ONU no Grupo de Crise Internacional, a cúpula corre o risco de expor os limites da diplomacia ucraniana.
Os líderes da França, Alemanha, Itália, Grã-Bretanha, Canadá e Japão estiveram presentes, enquanto Turquia e Hungria, que mantêm laços amigáveis com a Rússia, também participaram. Autoridades europeias admitem que, sem o apoio dos principais aliados de Moscou, o impacto da reunião será limitado.
Paralelamente à cúpula, apoiantes da Ucrânia realizaram eventos na cidade vizinha de Lucerna para chamar a atenção para os custos humanitários da guerra, incluindo uma manifestação apelando ao retorno de prisioneiros e crianças levadas para a Rússia. Svitlana Bilous, esposa de um soldado desaparecido há mais de 14 meses, expressou sua esperança: “Apego-me à ideia de que o meu marido ainda está vivo. Isso é o que me faz continuar”.
Fonte: CNN Brasil