Live ‘Momento de Oração’ reúne religiões e homenageia vítimas da Covid-19

Fotos – Alex Pazuello / Semcom

A pandemia de Covid-19, causada pelo novo coronavírus, provocou mudanças na rotina das pessoas devido às medidas de proteção, como evitar aglomerações e manter o isolamento social. Em Manaus, o Dia de Finados, 2/11, também trouxe esse signo de mudança social.


Com os cemitérios fechados, sem possibilidade de visita aos túmulos, a Prefeitura de Manaus realizou, no final da tarde desta segunda-feira, uma cerimônia transmitida ao vivo pela internet com a presença de líderes religiosos para que não faltasse aos familiares e amigos a oportunidade de homenagear seus entes queridos.

Fotos – Alex Pazuello / Semcom

“Não foi fácil decidir manter os cemitérios fechados para visitação no Dia de Finados. Sei da importância desta data, sobretudo em um ano com tantas perdas por causa da Covid-19. Mas precisamos preservar as vidas e cuidar da saúde e segurança das pessoas”, afirmou o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto.

A cerimônia, batizada de “Momento de Oração”, foi celebrada diretamente no cemitério Nossa Senhora Aparecida, bairro Tarumã, zona Oeste, que recebeu durante o período mais grave da pandemia, entre abril e maio, o maior número de mortos pela Covid-19. A “live” em memória dos mortos pela Covid-19 foi transmitida ao vivo pela página da Prefeitura de Manaus no Facebook.

Fotos – Alex Pazuello / Semcom

Ao todo, foram dez líderes religiosos convidados, de nove religiões: Elizete Tikuna, do Parque das Tribos; o arcebispo de Manaus, dom Leonardo Steiner e o padre Zenildo, da igreja Católica; o pastor André Castilho, da Ordem dos Ministros Evangélicos do Amazonas; Alberto Jorge, representando religiões de matrizes africanas; Isac Dahan, do Comitê Israelita; Afonso de Ligorio Machado, da igreja Messiânica; Tamer Mohamed, do Centro Islâmico de Manaus; Dilton Vasconcelos, da Federação Espírita; e o missionário Paulo Cesar Santos, da Sukyo Mahikari.

Durante a transmissão, que durou aproximadamente 90 minutos e alcançou mais de 17 mil pessoas, os internautas fizeram suas próprias homenagens, escrevendo nomes de familiares mortos e reforçando as orações. “Em homenagem à Raimundo Alexandre da Silva Filho, ex marido; Maria Conceição Pacheco, sogra, desejo que Deus os iluminem”, escreveu Umbelina Procópio da Silva. “Saudades do meu esposo Antônio de Pádua Barbosa Corrêa. Descanse em paz, meu eterno amor”, comentou Marilélia Araújo.

Celebração

A representante indígena Elizete Tikuna, moradora do Parque das Tribos, zona Oeste, entoou um rito indígena em tributo aos mortos e, especialmente, aos seus familiares mortos na pandemia. Ela também cantou o hino nacional em língua ticuna.

Fotos – Alex Pazuello / Semcom

Para as lideranças religiosas presentes, a cerimônia deu a oportunidade para a celebração dos mortos, acima de qualquer diferença religiosa.

Para o líder representante das religiões de matizes africanas, Alberto Jorge, é preciso também respeito pela vida com a adoção das medidas de segurança para evitar a contaminação de mais pessoas.

Presente no evento representando os evangélicos, o pastor André Castilho, também destacou a união nesse momento difícil e o respeito à fé entre suas várias manifestações. “Eu estou com o coração cheio de paz nesse evento, porque estamos consagrando ao nosso Deus e homenageando nossos mortos”, disse o pastor.

Todos também fizeram referência ao momento que está passando a humanidade com a pandemia. “É importante que a dor da perda não seja muda, mas seja solidária a dor alheia. Isso sim é amar ao próximo e amar a Deus”, afirmou o representante da Federação Espírita, Dilton Vasconcelos. “Todos nós temos em cada um pedacinho de Deus. Podemos orar com veemência, com intenção de coração e ele pode ouvir para vencer a pandemia” destacou Isac Dahan, do Comitê Israelita. “Diante deste momento que vivemos percebemos o quanto somos frágeis e quanto temos que buscar cada vez mais estarmos no caminho de Alá”, refletiu o representante do Centro Islâmico de Manaus, Tamer Mohamed. “Nesse processo evolutivo alternando vida e morte estamos cumprindo a missão de concretizar o plano de Deus de construir o reino dos Céus na terra, o paraíso terrestre”, exaltou Afonso de Ligorio Machado, representante da Igreja Messiânica. “A morte é apenas uma transição”, completou o missionário Paulo Cesar, da Sukyo Mahikari.

Encerrando a cerimônia, dom Leonardo Steiner, justificou que a forma encontrada para homenagear a memória dos entes queridos, nesse momento de pandemia, não reduz a intensidade da manifestação de respeito.

 

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