
Desde junho o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) vetou a saída de frutos de Roraima para outros estados porque foram identificados focos da mosca da carambola. Uma das recomendações ao governo era que barreiras fitossanitárias fossem construídas, mas a demanda não foi atendida por falta de recursos.
Como consequência, a praga se espalhou. A doença, que antes atingia apenas citrus como o limão e a laranja, evoluiu, sendo registrada em mangas e pimentas de cheiro.
Devido à praga, os municípios de Alto Alegre, Normandia, Uiramutã, Pacaraima, Amajari, Norte de Boa Vista e Bonfim entraram em quarentena.
Roraima já havia exportado 900 toneladas de frutos em 2019, antes do decreto ser publicado no Diário da União (DOU), mas após o veto mais de 600 toneladas devem deixar de ser exportadas.
“Temos relatos de produtores que estão abandonando seus pomares em função desta restrição de trânsito até o estado do Amazonas”, comentou Plácido Alves, superintendente do Mapa.

O governo afirma ainda não ter recursos para manter as barreiras fitossanitárias que deveriam controlar a passagem dos frutos entre as regiões do estado, interrompendo o serviço. Agora, busca apoio federal para voltar a manter a proteção exigida pelo Ministério da Agricultura.
“Vemos que há um desestimulo para o produtor. Passam o ano se preparando para uma safra, pegam recursos em bancos para colocar o pomar a disposição do mercado e o fechamento inviabiliza a comercialização do produto”, pontuou o superintendente do Mapa.
A proibição da saída de frutos não se restringiu a estas oito regiões com focos da praga, por apresentar focos da mosca da carambola, toda a produção de frutos do estado foi impedida de ser exportada para outros estados do país.
“A instalação destas barreiras é muito custosa, seriam necessários cerca de R$ 2,6 milhões para o fechamento durante todo o ciclo da praga e Roraima, hoje, não dispõe deste recurso. As barreiras não foram instaladas e por conta disso em 14 de junho houve o fechamento da exportação”, argumentou Marcelo Parisi, diretor de Defesa Vegetal da Agência de Defesa Agropecuária de Roraima (Aderr).
Plácido Alves disse que a Aderr está tentando desde o começo do ano um convênio com o Mapa para tentar a liberação do recurso e que também estão tentando outras maneiras de tentar obter o valor de R$ 2,6 milhões mais rápido para realizar a instalação das barreiras antes das safras de final de ano.
Já o Superintendente do Mapa em Roraima, disse que para a parceria ser realizada e os recursos repassados à Aderr é necessário a liberação de uma emenda do relator geral do orçamento. Se a emenda parlamentar não for liberada, Roraima continua impedido de exportar para outros estados.
Fonte: G1