Mês da esperança – por Flávio Lauria

Flávio Lauria é Administrador de Empresas e Professor Universitário

Segundo artigo de dezembro, acredito que ao longo destes vinte e um anos escrevendo em jornais, posso ser repetitivo, e até exteriorizar o mesmo pensamento em alguns artigos natalinos, mas estou perdoado e talvez por ser este o mês da esperança, dos aconchegos, de abraços de perdão das mangas açucaradas dos quintais e bosques, fico um pouco “poeta”. Tempo do calor predecessor de chuvas aliviantes.


De pensamentos recicláveis. Das boas lembranças de outros dezembros de muitos Natais. De um ano dourado qualquer daqueles da década de sessenta ou setenta. Dourados, mais acentuadamente, para uma geração de jovens corajosos que liam e abordavam o futuro do país com a destreza dos sábios e a alegria sem documentos.

Cada um de nós cultiva seus dezembros, e este especificamente rezemos às nossas certezas e incertezas. Esqueçamos, pelo menos em razão da paz, as discórdias do ano que não passaram de meros equívocos da ilusão. Tranquemos o desnecessário ódio que porventura nos tenha atormentado, por momentos, na última gaveta do baú do esquecimento.

Foi lindo ver essa semana a primeira vacina em uma senhora de noventa anos contra a pandemia, é uma luz que esperamos que chegue logo ao Brasil. Que se danem os atropelos dos irrefletidos; os lenços lavados de lágrimas; as provações do destino; as atrocidades desmedidas dos idiotas; as incoerências dos “manés” incapacitados; os lamentáveis descumprimentos dos direitos humanos; os ventos poluentes da hipócrita política que nos suga a credibilidade de sua prática cotidiana, os intelectuais confeitados.

Flávio Lauria é Administrador de Empresas e Professor Universitário

Para o inferno os ladrões da nação, do patrimônio alheio, das ideias, da cidadania, dos sonhos alimentados pelos esquecidos da sociedade, da vontade do povo bom. Que repudiemos o desrespeito às crianças solitárias e carentes de amor paternal, despejadas pelas vielas do abandono estatal.

Festejemos o Senhor, em qualquer religião, desde o seu nascimento. Para os que não acreditam na sua invisível presença entre nós, injetemos o que lhes resta – a fé em si mesmos, a esperança. Lembremo-nos dos saudosos dezembros. Dos irrequietos tempos de infância. Das férias escolares, para nós amazonenses e manauaras, da antiga Lobrás, do canto do fuxico, do esperado Natal dos presentes – do lendário Papai Noel -, das meias penduradas nas janelas, destoando dos menos apaniguados à espera do nada.

Reflitamos, com antecedência, como terminaremos o ano. Uma boa prece, a gosto preferido, conforta-nos pela boa saúde, por uma boa convivência com o nosso próximo. Cá estou eu, erudito, macaqueando a sintaxe lusíada. Melhor encarar nosso dezembro assim: natalino, risonho, nunca choroso – é preciso acabar com essa mania de transformar este mês em tristeza e solidão -, pois o mais extasiante momento deve ser o de congraçamento e afeto entre todos os seres.

Mensagens ruidosamente exclamadas não tocam o verdadeiro espírito de dezembro, solícito à troca de amabilidades sinceras e pessoais, mesmo em tempo de pandemia podemos ser mais presentes.

Tempo de atentarmos para tempos de períodos modificados por novos tempos que advirão pela magia do calendário da imaginação. Fiz o presente artigo como reflexão a esses tempos, antes do Natal farei outro artigo sobre o nascimento de Jesus e sua influência sobre nós, pois aqueles que privam de minha amizade sabem como gosto desta época, que traduz alegria e felicidade.

 

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