Mesmo negando Bolsonaro articula entrega total do Pré-Sal

A conta não fecha: a entrega do pré-sal, mas o déficit estimado para 2019 é de R$ 139 bilhões e os juros da dívida pública podem custar algo perto de R$ 400 bilhões - foto: 247

Sob o argumento de “zerar” o déficit público no primeiro ano de mandato, a mesma promessa oca do governo Temer, a equipe de Jair Bolsonaro articula um plano de liquidar de vez com o pré-sal entregando-o completamente às petroleiras internacionais.


Um dos motos do golpe de Estado de 2015/16 foi o déficit público do governo Dilma, com promessas de que ele seria zerado imediatamente -e em 2017, o déficit foi de nada menos que R$ 124 bilhões, isso sem contar o dinheiro entregue aos bancos e rentistas como juros da dívida pública. O governo Temer iniciou a entrega do pré-sal sob o mesmo argumento, e o déficit continua onde estava.

Segundo as contas feitas em conjunto pela equipe de Temer e a de Bolsonaro, segundo o jornal Valor Econômico, apontam para uma arrecadação total de R$ 90 bilhões, sendo que R$ 60 bilhões irão para a União e outros R$ 30 bilhões para a Petrobras.

A conta não fecha: a entrega do pré-sal, mas o déficit estimado para 2019 é de R$ 139 bilhões e os juros da dívida pública podem custar algo perto de R$ 400 bilhões – foto: 247

Essa arrecadação não zera o déficit primário nem faz cócegas no monumental déficit da dívida pública federal, que chegou a R$ 3,55 trilhões em 2017 (endividamentos do governo dentro do Brasil e no exterior). O pagamento dos juros da dívida pública, entregue aos bancos e rentistas custou ao país mais de R$ 462 bilhões em 2017 (aqui).

Ou seja, os R$ 90 bilhões que a equipe de Temer/Bolsonaro pretende arrecadar com a entrega do pré-sal está longe de fazer frente ao déficit público e, sobretudo, ao pagamento de juros para os bancos e rentistas. O déficit primário estimado para 2019 está em R$ 139 bilhões e os juros da dívida pública podem custar algo perto de R$ 400 bilhões.

Qual o plano dos bolsonaristas? Vender o que for necessário do patrimônio do país -eles estimam em 1/3 das empresas estatais- se necessário aprofundar o teto de gastos sociais e atacar o funcionalismo público, eliminando ministérios, tirando o Estado de segmentos como saúde e educação, cortando salários e com programas de demissão em massa.

É o oposto do projeto de Fernando Haddad. Ele promete retomar o pré-sal, não irá privatizar estatais e quer retomar o equilíbrio fiscal gradualmente. Para isso, Haddad aposta em três condições: crescimento da atividade econômica, da renda e do emprego, que elevam a receita do governo federal.

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