A Comitiva do Ministério Federal do Meio Ambiente, da Proteção da Natureza, Construção e Segurança Nuclear da Alemanha, em visita oficial ao governo do Amazonas, em Manaus, hoje, sexta-feira (02), afirmou que deve manter o acordo de Cooperação Ambiental com o Estado para a realização de investimentos voltados para a conservação da biodiversidade amazônica.
O encontro aconteceu na sede do Governo, com a presença do vice-governador do Estado, Henrique Oliveira, e dos secretários estaduais de Planejamento e Desenvolvimento Econômico (Seplancti), Thomaz Nogueira, e do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), Ana Aleixo.
A Alemanha mantém há 21 anos um acordo de Cooperação Ambiental no Estado para o desenvolvimento do Programa de Planejamento de Preservação da Floresta Amazônica, que inclui, entre outras ações, o ordenamento territorial; demarcação e proteção de terras indígenas e manejo de recursos naturais. O Brasil e Alemanha estabeleceram que a Cooperação para Desenvolvimento Sustentável seja orientada para a superação dos desafios globais de Mudança Climática e Conservação da Biodiversidade. O objetivo é que desperte em todos os países parceiros para a importância de se investir em medidas de prevenção e adaptação às mudanças climáticas.
O vice-governador Henrique Oliveira ressaltou que essa parceria é fundamental para dar continuidade a ações que preservam a floresta e concedem qualidade de vida para os amazonenses. “Sozinhos não fazemos nada, e é momento de darmos as mãos e recebermos os nossos parceiros, como a Alemanha, que já caminha há um tempo nesse acordo. Toda a nossa equipe vai estar envolvida nos próximos meses para dar sequência aos acordos que trazem a qualidade de vida melhor para a nossa população”.
Nova Matriz Econômica Ambiental – Durante a reunião, o vice-governador apresentou um panorama do atual cenário socioeconômico e ambiental do Amazonas ao secretário executivo do Ministério Federal do Meio Ambiente, da Proteção da Natureza, Construção e Segurança Nuclear da Alemanha, Gunther Adler. Entre os pontos elencados estava a construção da Nova Matriz Econômica Ambiental, cujos futuros acordos com a Alemanha podem beneficiar as ações da Matriz para os povos da Amazônia.
“Precisamos manter a economia não somente na cidade de Manaus, porque existe 48% da população amazonense morando no interior e é necessário essa nova matriz. Daí vem a ideia de fortalecer os trabalhos na área da fruticultura, da produção rural e demais segmentos que precisam contar com esses parceiros que viabilizam oportunidades de crescimento”, explicou o vice-governador.
Perspectivas – O secretário executivo do Ministério Federal do Meio Ambiente, da Proteção da Natureza, Construção e Segurança Nuclear da Alemanha, Gunther Adler, ressaltou que o acordo deve trazer contribuições positivas para a região. Gunther Adler elogiou a capacidade do Estado em proporcionar soluções para a proteção da floresta e levar o desenvolvimento para a população do interior, por meio da Matriz Econômica Ambiental.
“Muito louvável poder conhecer o Amazonas e seus desafios para que possamos focar especialmente em melhorar a situação de vida da pessoas no Estado. Alinhamos diversas questões, entre elas, as questões climáticas e acreditamos que a Alemanha tem bastante referência nessa área para poder somar com o Brasil. Então, acredito que nós teremos uma boa possibilidade para essa cooperação”, comentou.
Investimentos – Brasil e Alemanha estabeleceram o acordo de cooperação ambiental em 1995. A implementação de projetos acordados entre os governos é realizada através da cooperação entre as organizações executoras do governo alemão – o KfW Entwicklungsbank e a Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH – e os diversos parceiros de projeto brasileiros (ministérios federais, secretarias estaduais, municípios, instituições governamentais e empresas públicas). O setor privado e a sociedade civil também estão envolvidos estreitamente na cooperação e são parceiros importantes.
Nesse período, já foram investidos no Estado do Amazonas cerca de R$ 34 milhões por parte da Alemanha e R$ 20 milhões de contrapartida do Governo do Amazonas, conforme explica a secretária do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), Ana Aleixo. “Apresentamos sempre projetos que interessam a essas agências alemãs para renovação dos acordos. E essa contrapartida por parte do Estado não é, na maioria das vezes, em dinheiro, mas com o apoio da estrutura que o Estado tem, como a Secretaria do Meio Ambiente, o Ipaam, e a capacidade de organização que o Estado possui. E já com a Alemanha esse apoio é financeiro com atividade e projetos direcionados para essas demandas de preservação”.