Ministério da Defesa da Ucrânia é criticado por forçar cadetes a marchar de salto alto

Ucrânia força mulheres soldados a marchar de salto e recebe críticas - Foto: Divulgação

As autoridades ucranianas estão a ser alvo de uma onda de críticas devido à ideia de fazer marchar mulheres-soldado em sapatos de salto alto em vez de botas de combate numa parada militar a realizar em agosto.


O escândalo rebentou após a publicação pelo Ministério da Defesa de fotos de um ensaio do desfile militar que decorrerá por ocasião do 30.º aniversário da independência da Ucrânia, a 24 de agosto.

Nas imagens, divulgadas na sua página oficial do Facebook, veem-se mulheres jovens, alunas de uma faculdade militar, a marchar de camuflado e sapatos pretos de salto alto médio, que fazem parte, segundo o Ministério, do uniforme feminino para paradas militares.

“Hoje, estamos a treinar de sapatos de salto alto pela primeira vez. É um pouco mais difícil que com botas de combate, mas estamos a fazer o nosso melhor”, declarou uma das participantes, Ivanna Medvid, citada pela ArmiaInform, agência oficial do Ministério da Defesa ucraniano.

Ukrainian Defence ministry press-service / AFP

Reações furiosas

As fotos desencadearam reações furiosas nas redes sociais e protestos no parlamento.

“Os saltos são uma afronta às mulheres, imposta pela indústria da beleza”, comentou uma internauta, Maria Chapranova, condenando “o sexismo e a misoginia”.

“E para a marinha será o quê? Biquíni e barbatanas?”, ironizou outra, Katerina Romanenko.

Várias deputadas ucranianas próximas do ex-presidente Petro Poroshenko colocaram sapatos de salto alto em frente do ministro da Defesa, presente no hemiciclo, propondo-lhe que os calçasse para “ir à parada”.

Inna Souvsoun, deputada do partido Golos, condenou na rede social Facebook “uma ideia estúpida” que deriva “dos estereótipos sobre o papel da mulher como uma boneca bonita”.

Ukrainian Defence ministry press-service / AFP

A vice-presidente do parlamento, Olena Kondratiuk, exigiu às autoridades que “peçam desculpa publicamente por esta humilhação” às mulheres que “defendem a independência da Ucrânia de armas nas mãos”.

As Forças Armadas ucranianas contam mais de 31.000 mulheres nas suas fileiras, das quais 4.100 são oficiais.

Mais de 13.500 ucranianas combateram contra os separatistas pró-russos no leste do país desde a eclosão do sangrento conflito armado, há sete anos, frisou Kondratiuk.

DN

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