
Muito cordial e educado ao vir ao Amazonas, após o massacre ocorrido no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), o Ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, ao retornar a Brasília, mudou completamente o tom e fez duras críticas ao sistema carcerário do Amazonas.
Na reunião realizada na manhã de hoje, quarta-feira (04) com a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e também presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministra Carmen Lúcia, o ministro disse que a Secretaria de Segurança (SSP) e Administração Penitenciária sabiam da possibilidade de fugas entre o Natal e Ano Novo, e não fizeram absolutamente nada para evitar a rebelião que resultou na morte de 56 pessoas no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj).
O risco de fuga foi detectado, segundo Moraes, pelo próprio serviço de inteligência da Secretaria de Segurança do Amazonas, mas nada foi feito. Resultado: ocorreu o segundo maior massacre dentro de um presídio após o Carandiru.

O ministro disse ainda que a SSP está omitindo informações a respeito do número correto de presos que fugiram. Segundo ele, fugiram mais de 200 e o secretário Sérgio Fontes insistir em dizer que fugiram entre 120 e 130 presos.
Alexandre Moraes enumerou uma série de erros e omissão que permitiram que as facções criminosas como a FDN e PCC dominassem os presídios o que culminou com o massacre ocorrido no Compaj.
O ministro citou ainda as falhas no serviço de terceirização que não cuidou adequadamente da segurança nos presídios, apesar dos recursos milionários destinados a empresa Umanizzare, responsável pela segurança no Compaj e no Ipat.
A ministra Carmen Lúcia desembarga amanhã, quinta-feira (05) em Manaus e, com base na série de denúncias relatadas pelo ministro da Justiça, deve tomar medidas drásticas junto ao sistema penitenciário do Amazonas.