Municípios do AM recebem orientação sobre saúde mental via teleconferências

Teleconferência Saúde Mental/Foto: Reprodução

Responsável pela prestação de assessoria técnica e ações de educação permanente em saúde aos municípios do Amazonas, a Secretaria de Estado de Saúde (Susam) deu início a uma série de teleconferências sobre saúde mental, trabalho organizado pela Gerência da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS), e se estende até o mês de novembro.
De acordo com a gerente da RAPS-AM, Luciana Diederich, as teleconferências ajudarão na aproximação dos profissionais da capital aos do interior, facilitando a troca de experiência e a capacitação dos agentes que integram toda a rede de políticas públicas voltadas à saúde mental.


Teleconferência Saúde Mental/Foto: Reprodução

Luciana lembra que o atendimento aos portadores de transtornos mentais passou por muitas mudanças conceituais e de procedimentos, o que exige um esforço de todos para romper com estigmas do passado. E essa mudança começa pela formação dos profissionais que atuam na área.

“Estamos felizes, porque é um marco na saúde mental utilizar teleconferências para aproximar profissionais e experiências de várias áreas na discussão desse tema”, comenta a gerente da RAPS.

As teleconferências têm como público alvo os coordenadores municipais de atenção básica, profissionais de saúde da atenção básica, trabalhadores dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) e dos hospitais gerais.

Segundo Luciana, os temas abordados nas teleconferências ajudarão no diálogo com os atores sociais da rede amazonense sobre as diretrizes da Polícia Nacional de Saúde Mental, ajudando na introdução dos novos conceitos e na reflexão das práticas utilizadas até aqui.

Parceria – Para transmitir as teleconferências aos 61 municípios do interior do Amazonas, os profissionais da Susam vão contar com a parceria da Secretaria Estadual de Educação (Seduc), por meio dos equipamentos e tecnologia do Centro de Mídias.

Cronograma das teleconferências:

– MÓDULO 1: Política Nacional de Saúde Mental, álcool e outras drogas (7 e 8 de Março).

– MÓDULO 2: As especificidades dos Atos de Cuidado (4, 5 e 11 de Maio).

– MÓDULO 3: Tecnologias leves do Cuidado em Saúde Mental (10, 11 e 12 de Julho).

– MÓDULO 4: Redução de Danos em álcool e outras drogas (12, 13 e 14 de Setembro).

– MÓDULO 5: Militância Social em Saúde Mental (22 e 23 de Novembro)

Saiba mais

A Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) é uma política nacional, que foi instituída pela Portaria nº 3088 de 23 de dezembro de 2011. Ela dispõe sobre a criação, ampliação e articulação de pontos de atenção à saúde para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

A RAPS tem como objetivos gerais a ampliação do acesso à atenção psicossocial da população em geral, a promoção de vínculos das pessoas com transtornos mentais e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas e suas famílias aos pontos de atenção e a garantia da articulação e integração dos pontos de atenção das redes de saúde no território, qualificando o cuidado por meio do acolhimento, do acompanhamento contínuo e da atenção às urgências.

O Governo do Amazonas possui em Manaus cinco policlínicas com equipes capacitadas para o atendimento de pessoas com transtornos mentais, além de um Caps.

Nova História – Desde o início dos anos 2000, com a promulgação da Lei Antimanicomial nº 10.2016, de 6 de abril de 2001, a sociedade brasileira se empenha para reescrever a história da psiquiatria no País.

A nova legislação dispõe sobre a humanização da assistência, a gradativa desativação dos manicômios e a implementação dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) que, junto com os Serviços Residenciais Terapêuticos (Portaria GM n.º 106, de 11/2/2000), integram a Política de Saúde Mental do Ministério da Saúde, colaborando no processo de desinstitucionalização e reinserção social dos egressos dos hospitais psiquiátricos.

Luciana ressalta que além das mudanças de serviços, promovidas pelos governos, é preciso que a sociedade mude a forma como enxerga as pessoas acometidas de transtorno mental.

“Se eu não mudo como penso a loucura, a gente continua em uma forma manicomial. Todo mundo vai pensar ainda que deva ter um hospício para depositar essas pessoas. Essa mudança começa nos profissionais, que devem contagiar a sociedade”, afirma a gerente da estadual da RAPS.

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