O Amazonas vive um desastre habitacional – por Celso Corsino

Celso Corsino é escritor e Cientista Social - Foto: Divulgação

Segundo a FGV, enquanto a média de déficit habitacional do Brasil é de 9,4% no Amazonas é de 25,4%, é assustador, acrescente-se a esse absurdo o dado do IBGE de que 53,3% das residências de Manaus são aglomerados subnormais, o IBGE define esses aglomerados como ocupações irregulares e habitações com carência de serviços básicos como esgoto, água encanada e iluminação.


Manaus vive um intenso processo de favelização, há estudos mostrando que em termos percentuais Manaus tem hoje mais favelas que a cidade do Rio de Janeiro, estamos assistindo um desastre social, enquanto os políticos entretêm a população para discutir ideologias anacrônicas, como direita e esquerda, a população precisa de ações sérias, chega desse diversionismo.

Em Manaus faltam cerca de 100 mil habitações. Por que isso acontece? Manaus tem uma pressão imigratória que aumenta nos momentos de aprofundamento de crises. Não temos uma política habitacional séria, que passe pela desoneração dos itens básicos da construção civil e nem da redução de impostos como IPTU e ITBI. Além de toda dificuldade nacional o Amazonas tem historicamente uma média de desemprego acima da nacional.

Diante de tantas dificuldades que se impõe era de se esperar de nossos administradores públicos um esforço concentrado para o setor, mas o que assistimos é um desfile de políticas assistencialistas de véspera de eleição, claro, uma população frágil precisa de políticas de assistência, mas é de se perguntar, se essas ações não alimentam a roda da pobreza, por outro lado, as políticas de investimento e incentivos habitacionais reduziria tal necessidade. A mim, está claro, as políticas assistenciais têm caráter chantagista contra o eleitor. Deixar as pessoas sem moradias, pagando aluguel alimenta o desastre, o valor de 400 ou 500 reais pago por um trabalhador, poderia estar sendo investido na casa própria, ao invés disso vai para o ralo, muita gente paga um aluguel de 400 ou 500 reais e recebe um auxílio de 150 reais, essas políticas eleitoreiras pioram a situação porque incapacita o orçamento público para ações infraestruturais e traz acomodação tanto dos políticos como de parte da sociedade. Há muitos erros primários na administração pública, causados obviamente pela política, precisamos refletir sobre isso.

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Celso Corsino é escritor e Cientista Social.

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