O próximo secretário da Saúde terá que sair da cartola de Melo

Secretário de Saúde do Amazonas, Wilson Alecrim.

A saída do secretário de saúde, Wilson Alecrim, anunciada na manhã de sábado (20) como motivos pessoais, ganha novos contornos quando o assunto é levado aos comentários nos bastidores do governo.


 

O pedido de exoneração pegou setores da saúde do Estado de surpresa e causou estranheza em muitos políticos e gestores públicos estaduais e municipais, uma vez que Alecrim tem sido visto nas rodas de amigos pessoais do governador José Melo e confidente político do chefe do governo.

 

Um dos motivos levantados, sobre a saída de Alecrim, seria ele estar batendo de frente com o secretário especial e irmão do governador José Melo, Evandro Melo, que deixou a Secretaria Municipal de Saúde de Manaus (Semsa), justamente para assumir um cargo de secretário extraordinário. Ele negou qualquer ingerência na decisão. Wilson também não quis comentar o assunto. Disse que estaria distribuindo uma nota por sua assessoria e encerrou a ligação.

 

Um dos membros do ex-Conselho de Saúde de Novo Airão, Vera Filha, disse que é “inacreditável”, que programas da área para o interior tenham interrupções como essa. Mais preocupados ainda ficaram funcionários graduados das fundações de saúde, no Estado. Eles não estão vendo com bons olhos essa mudança de titular nessa altura do campeonato. Justamente quando as verbas para a saúde foram substancialmente reduzidas.

 

Por sua vez, Evandro disse que sempre teve um bom relacionamento com Alecrim e garantiu que o substituo será anunciado em julho e o atual secretário ficará no cargo até lá, mas não quis adiantar o nome do futuro titular da pasta.

 

O certo é que não da para brincar de secretário. O próximo indicado deve ser alguém com larga experiência na área. A saúde do Amazonas não tem tempo para fazer balão de ensaio. A crise atingiu o Amazonas em definitivo e este ano já está perdido. Ano que vem será para recuperar os estragos deixados pela crise de 2015. Aí, o governador Melo só terá, na verdade, mais dois anos de governo para dizer reorganizar o Estado.

 

Assessores diretos, no entanto, garantem que no lugar do Alecrim, deve assumir alguém da confiança do secretário especial. Os contratos e acordos feitos na atual gestão serão respeitados. O problema é saber se a saída de Alecrim vai abrir uma janela para que outros secretários também resolvam entregar o cargo. A redução de verbas está incomodando muita gente.

 

A saída de Alecrim foi surpresa para todos, governo, assessores, políticos. Foi uma grande baixa para a saúde do Estado, que vive um de seus momentos mais delicados das últimas décadas. Sendo assim, o próximo secretário da Saúde terá que sair da “cartola” do governador e fazer mágicas para sustentar as ações nesse setor.

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