Obra da Samsung com Dinheiro de P&D continua avançando ao lado do Amazonas Shopping

O gigantismo da Obra da Samsung com dinheiro de P&D, vista ao fundo, é refletido pela placa na entrada do prédio - foto: Correio

Agora no mês abril de 2019, fez um ano que o Sindicato dos Metalúrgicos do Amazonas questionou a compra do hotel Hotel Caesar Business Manaus por mais de R$ 87 milhões, feita para abrigar ações do instituto SIDIA – Samsung Instituto de P&D da Amazônia Cintia, com verbas de P&D repassadas pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa).


O instituto SIDIA pertence à própria Samsung da Amazônia e, estaria comprando o prédio com verbas que seriam destinadas ao desenvolvimento e ampliação da oferta em pesquisa tecnológica no parque industrial de Manaus.

Como o portal e nem o Sindicato obtiveram resposta na época e, leitores começaram a questionar o gigantismo da reforma efetuada no prédio, que antes abrigava o Hotel instalado ao lado do Amazonas Shopping, na Avenida Darcy Vargas, entramos em contato com o Gerente Senior de Recursos Humanos da Samsung Eletrônica da Amazônia (SEDA) David Vital para maiores esclarecimentos.

David disse ao portal que a Samsung Eletrônica gera a verba, por lei, mas é o Instituto SIDIA quem gerencia os recursos, com total autonomia e passou a resposta para a senhora Vânia Capela Taumaturgo responder.

David acrescentou ainda que a Samsung tem investido verbas do P&D em Manaus, também na Fundação Matias Machline, IFAM, UEA entre outros. Ele não quis se estender sobre a aplicação das verbas na reforma e se a empresa teria feito suplementação orçamentária para a obra de reforma do prédio Hotel.

Por sua vez, a gerente administrativa do Instituto Sidia, senhora Vânia Capela Taumaturgo iniciou fazendo uma defesa: falou que a notícia publicada em abril de 2018 “contém inverdades, desde os valores anunciados até acusações de desvio de dinheiro”. Vale ressaltar que nem o portal e, nem o Sindicato acusaram o Instituto Sidia de ter desviado dinheiro, apenas questionou a compra do imóvel com o dinheiro que deveria ser utilizado na área científica do Estado.

Para interlocutores do Correio da Amazônia dinheiro de P&D nunca foi para compra de imóveis. Eles podem investir em equipamentos, bolsas, treinamentos, jamais para aquisição de prédios”, questionou.

Vânia tem razão

No sábado (27/04), em uma conversa informal com pessoal técnico da construtora Engeco, a reportagem ficou sabendo que o valor da compra, realmente, não foi de R$ 87 Milhões conforme anunciado em abril do ano passado.

Segundo o técnico, na verdade o prédio foi comprado pela Samsung da Amazônia pela simples bagatela de R$ 93 Milhões, mais R$ 3 milhões para demolição dos apartamentos. Até agora não se sabe ao certo quanto a Samsung está gastando com a reforma integral do prédio.

Ainda de acordo com informações de técnicos da construtora Engeco, o prédio foi construído em 2006 por R$ 25 Milhões e vendido em 2018 por R$ 93 Milhões à Samsung. O prédio tinha 204 apartamentos, demolidos posteriormente à compra por R$ 3 Milhões.

Prédio da Samsung com dinheiro de P&D terá ligação com o Amazonas Shopping – foto: Correio

De acordo com um técnico do setor de informática próximo à empresa, a metade do Hotel será destinado para o estudo técnico propriamente dito, e a outra metade para hospedar engenheiros, técnicos, diretores da Samsung que vem da Corea para ensinar os alunos e para interesses empresariais.

Outro ponto, da questão, requerido pelo movimento sindical é saber se a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), tem acompanhado o processo de implantação desse espaço, com dinheiro do P&D.

De 2018 para cá, é provável que o dinheiro investido tenha aumentado de valor, além do custo da obra, que por Lei a empresa tem o dever de informar.

Portal e Sindicato

No ano passado, o portal e o Sindicato se ativeram tão somente a informar, que havia um investimento de Milhões de Reais do P&D na compra de um imóvel em área nobre da cidade de Manaus, no caso, o Hotel Caesar Business Manaus, comprado por mais de R$ 87 milhões e sugeriram ao instituto que prestasse contas dessa transação à comunidade científica, ao sindicato e à Suframa. O que provavelmente não tenha sido feita até o momento.

A Samsung e outras 53 empresas do Distrito Industrial, recebem incentivo de P&D da Suframa – foto: recorte Site Suframa

A Lei

Por Lei, as empresas de informática recolhem 5% de Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido (CSSLQ), para incentivar a pesquisa no setor eletroeletrônico. Portanto o dinheiro investido na compra do Hotel de Luxo é um dinheiro federal, sobre um percentual de recolhimento dos impostos, que tanto a empresa Samsung, quanto o Instituto Sidia tem que prestar contas.

O que está em questão, no caso, é saber como a Samsung e o Instituto Sidia conseguiram girar esse montante de milhões de reais e, talvez mais, para a compra, demolição e reforma de um Hotel de Luxo em área nobre de Manaus e as suas finalidades além do ensino técnico.

A placa indica que a obra é da Samsung, conforme confirmado pelo Sindicato dos Metalúrgicos – foto: Correio

Para a diretora administrativa do instituto Sídia, nada disso importa. De acordo com ela, o Correio da Amazônia teria que se ater tão somente à produtividade e à fama do instituto:

“Ao invés de ressaltar que somos o maior Instituto de Ciências e tecnologia do país, localizado em Manaus, gerando mais de 1 mil empregos de qualidade implantando desenvolvimento do SW de todos os smartphone e tablets comercializados pela Samsung no Brasil e LATAM fato pioneiro no país onde nenhuma multinacional trouxe desenvolvimento de core business para o Brasil. Além de desenvolvimento em plataformas de realidade virtual e aumentada e desenvolvimento análise de big data com inteligência artificial nos produtos Samsung de VR e AR comercializados mundialmente”, disse ela em nota de Whatsapp enviada ao portal.

Obra em andamento

Ao longe é possível ver a estrutura metálica envolta ao prédio comprado pela Samsung, na Avenida Darcyr Vargas, Centro. Agora, ligado através de uma passarela ao estacionamento do Amazonas Shopping, dando entender que haverá uma fusão entre as duas edificações.

Comentário no Whatsapp

Em relação à compra do Hotel Caesar Business Manaus por mais de R$ 87 Milhões, pela Samsung da Amazônia: “Na verdade, trabalhei muitos anos lá na Samsung e eles recebem centenas de engenheiros e técnicos coreanos, chineses e asiáticos de um modo geral, durante o ano todo”.

E acho que essa compra é pra reduzir os custos com hospedagens desse povo todo. Também tem aqueles coreanos que são transferidos da matriz pra cá e, geralmente, ficam 03 anos aqui e quem banca a estadia é a Samsung. Então a compra desse hotel foi muito estratégica ($$) pra eles!!”

Suframa

Responsável pelo recolhimento e repasse de verbas de P&D para serem aplicadas no incentivo à pesquisa no setor eletroeletrônico, a Superintendência da Zona Franca de Manaus, através de sua assessoria de imprensa, ficou de passar os valores liberados para a Samsung da Amazônia no Período, mas até o fechamento dessa nota não obtivemos respostas.

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Instituto Sidia (atualizada)

Nota oficial do instituto Sidia, passada por e-mail a esse veículo no dia 03/05, a respeito da matéria publicada no último dia 02/05:

“O Sidia Instituto de Ciência e Tecnologia informa que a inauguração de sua nova sede é parte importante de uma estratégia de ampliar seus projetos e aperfeiçoar o desenvolvimento de novas tecnologias de ponta. Com a mudança, além de se configurar no maior centro de excelência em P&D do Brasil, o Sidia será referência como um ótimo lugar para se trabalhar e, assim, reter e atrair talentos. É importante ressaltar que a nova sede não beneficiará apenas os colaboradores do instituto, mas todo o ecossistema de P&D, bem como a comunidade em seu entorno, reforçando o papel pioneiro do Sidia em transformar Manaus e região em um polo de inovação. O Sidia reitera sua preocupação com toda a sociedade, seguindo rigorosamente as leis e políticas aplicadas à região e ao País.”

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Parabenizamos o instituto Sidia pelo empenho no desenvolvimento de novas tecnologias para a região mas, ainda assim, a nota não explica a pergunta inicial feita pelo portal e o Sindicato dos Metalúrgicos, que foi a compra do Hotel Hotel Caesar Business Manaus por mais de R$ 87 milhões (R$ 93 Milhões), com verbas de P&D repassadas pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), à empresa Samsung da Amazônia, da qual o Instituto Sidia é agregado.

 

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