Pai – Por Flávio Lauria

Flávio Lauria é professor universitário e consultor de empresas.

Neste domingo Dia dos Pais, começo a pensar que existem coisas pequenas e grandes coisas que levaremos para o resto de nossas vidas. Talvez sejam poucas, quem sabe sejam muitas. Depende de cada um, depende da vida que cada um de nós levou.


Levaremos lembranças, coisas que sempre serão inesquecíveis para nós, coisas que nos marcarão, que mexerão com a nossa existência.

Provavelmente, iremos pela vida afora colecionando essas coisas, colocando em ordem de grandeza cada detalhe que nos foi importante, cada momento que interferiu nos nosso dias e que deixou marcas.

Marcas… Umas serão mais profundas, outras superficiais, porém todas com algum significado. Serão detalhes que guardaremos dentro de nós e que se contarmos para outros talvez não tenha a menor importância, pois só nós saberemos o quanto foi incrível vivê-los.

Poderá ser uma música, quem sabe um livro, talvez uma poesia, uma carta, um Natal, uma viagem, uma frase que alguém tenha nos dito num momento certo. Quem sabe uma amizade incomparável, um sol que foi alcançado após muita luta, algo que deixou de existir por puro fracasso. Pode ser simplesmente um instante, um olhar, um sorriso, um perfume, um beijo.

Professor Flávio Lauria (AM)

Para o resto de nossas vidas levaremos pessoas guardadas dentro de nós. Umas porque nos dedicaram um carinho enorme, outras porque foram o objetivo do nosso amor. Outras ainda por terem nos magoado profundamente. Mas o nosso pai vivo ou morto levaremos para sempre a sua lembrança.

Já escrevi uma vez em artigo dedicado aos pais, mas falando aos meus filhos, que mais do que presentes e almoço, o que queria mesmo era dizer algumas palavras aos amados filhos. Palavras que não soem como desculpas, mas sim como uma reflexão que faço de todos estes anos de convivência, ensinamentos e aprendizado; e de esperança em construir em vocês um alicerce seguro que possa suportar para sempre, em qualquer época, os solavancos desta vida, para que vocês sejam sólidos de educação, caráter, dignidade, honra, respeito ao próximo e religiosidade, gratidão.

Quanto um filho é grato aos pais pela vida? Quantos têm gratidão ao benfeitor que aparece sempre nas horas mais difíceis? Penso que o mundo seria muito melhor se as pessoas abrissem o coração e falassem o que realmente estão sentindo. Deste modo, quantas vezes gostaria de ser melhor para vocês e simplesmente não consigo.

Quantas vezes digo não, mesmo que este “não” seja penoso, me deixe triste; é o não da razão que vive sob constante ameaça do “sim” que vive lá no fundo do coração.

Quantas vezes sou chato por orientá-los insistentemente sobre uma conduta saudável e responsável, ou tento avisá-los de situações de risco, como se pudesse evitar que aprendam doloridamente com os próprios erros.

Quantas vezes superprotejo, na ilusão de que poderei poupá-los de trafegarem por estradas mal sinalizadas, esburacadas, escorregadias e com curvas perigosas, na inocente pretensão de protegê-los da vida.

Quantas vezes poderia ter feito mais! Ter sido mais amigo, entusiasta, confidente, companheiro, cúmplice, disciplinador, participativo, compreensivo.

Não importa a idade de nossos filhos, ainda é tempo de recomeçar, arregacemos as mangas e mãos-à-obra. Sinto-me orgulhoso meus filhos, por ser pai de vocês. E a todos os pais, Feliz Dia dos Pais.

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