Pesquisa incentiva a descoberta de novos pigmentos de extratos naturais

Os ipês amarelos representam essa contribuição/Foto: Arquivo
Os ipês amarelos representam essa contribuição/Foto: Arquivo
                           Os ipês amarelos representam essa contribuição/Foto: Arquivo

Um projeto de pesquisa desenvolvido pela professora Izolena da Silva Garrido tem despertado jovens cientistas a descobrirem novas e variadas cores da natureza para serem utilizadas no artesanato e na culinária. O projeto consiste em extrair pigmentos de árvores, folhas, frutos e sementes para serem usados no tingimento de fibras e tecidos e como corantes naturais na gastronomia.
O estudo é fomentado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), através do Programa Ciência na Escola (PCE), em parceria com a Fundação Amazonas Sustentável (FAS), que apoia projetos de pesquisas desenvolvidos nas Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS), no Amazonas, e está sendo realizado na RDS de Tumbira, no Rio Negro.


De acordo com Izolena, o projeto estimula a sustentabilidade e a geração de renda. “Essa atividade irá gerar renda para os grupos de artesãos da comunidade Tumbira e irá movimentar a economia local. Além disso, hoje vejo a importância de viver de forma sustentável. Por morar em uma Unidade de Conservação, temos de desenvolver técnicas que possam nos favorecer, usufruindo dos recursos naturais de forma equilibrada e promovendo a utilização dos mesmos em produtos que possam ser resgatados na tradição dos povos ribeirinhos”, afirmou a professora.

O projeto é divido em cinco etapas. A primeira foi a identificação das árvores das quais os pigmentos estão sendo extraídos. Depois, foi feita a catalogação do material para um estudo mais aprofundado, para daí passar para a terceira etapa que consistiu na elaboração e mistura dos pigmentos para gerar novas cores.

Já a quarta etapa será a parte prática do estudo em que será feita a aplicação dos pigmentos nos mais variados tipos de fibras e tecidos, feitos pelos artesãos, além da verificação do produto em pratos da culinária regional para testar a cor e sabor. Por fim, a quinta etapa será a apresentação dessa pesquisa na forma de produtos, a exemplo de acessórios de decoração, bolsas, sandálias, colares, brincos e corantes para alimentos.

Segundo Izolena, os bolsistas que fazem parte do projeto de pesquisa são filhos de trabalhadores que utilizam a floresta como recurso de sobrevivência. “Escolhi esses jovens pesquisadores com o intuito de utilizar o conhecimento que eles receberam dos pais, como parte da descoberta dos pigmentos, otimizando, assim, esse conhecimento com a base das pesquisas que estamos fazendo com o objetivo de aplicar esse resultado em outra atividade que não seja a madeireira”, disse Garrido.

O projeto deve ser concluído no final deste ano e, conforme a professora Izolena, a Fapeam está sendo fundamental para a realização desse estudo. “A Fapeam sempre apoiou projetos na nossa comunidade e isso traz resultados não só para a Ciência no Amazonas, mas para a própria população local, que pode ter outras opções de renda, por exemplo. Além do mais, esse incentivo influencia na vida dos nossos jovens pesquisadores que estão iniciando suas vidas científicas, incentivando a dar continuidade nessa área e a gerar estudos que beneficiem a própria comunidade onde vivem”, concluiu a professora.

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