Poluição mata mais de 1 milhão de pessoas na Índia

Saumya Khandelwal/Reuters

Em novembro do ano passado, a poluição do ar atingiu níveis calamitosos em Nova Déli. Respirar na capital indiana, “engolida” por uma espessa camada de fumaça e névoa, equivalia a fumar 50 cigarros em um único dia.


Situações como essa deixam a impressão de que quem mora longe de centros urbanos na Índiaestá a salvo dos efeitos nocivos da poluição, o que não passa de um equívoco.

Uma pesquisa publicada recentemente por uma equipe internacional de cientistas, incluindo especialistas do Indian Institute of Technology Bombay e do Health Effects Institute, estima que 75% das mortes relacionadas à poluição atmosférica naquele país ocorreram nas áreas rurais em 2015.

Saumya Khandelwal/Reuters

Isso se deve ao fato de dois terços da população indiana se encontrar no campo. Naquele ano, 1,1 milhão de mortes foram atribuídas à poluição do ar na Índia, representando cerca de 25% dos óbitos totais relacionados à poluição do ar em todo o mundo.

As emissões de combustíveis domésticos (queima de biomassa) e a combustão do carvão nas usinas de energia são as maiores responsáveis pelo “arpocalipse” indiano. Segundo o estudo, as fontes de emissões residenciais – que incluem a queima de lenha, carvão vegetal e resíduos – foram associadas a 268 mil mortes em 2015.

Já a combustão de carvão nas usinas termelétricas e nas indústrias contribuiu para 169 mil mortes. Outras fontes de poluição incluem emissões dos transportes e queima de resíduos agrícolas.

Imperceptíveis a olho nu, as PM2,5 são as menores e mais prejudiciais partículas de poluição no ar. Elas não encontram barreiras físicas: afetam o pulmão e podem causar asmas, bronquite, alergias e outras graves doenças cardiorrespiratórias.

Nos últimos meses, a Índia ampliou os investimentos em combustíveis limpos e programas de controle de poluição residencial, de usinas, veículos e outras fontes. Contudo, a medida que a população indiana cresce e envelhece, os impactos da poluição do ar na saúde aumentarão, destacando os desafios que aguardam a economia emergente que mais cresceu nos últimos anos.

Segundo os pesquisadores, a menos que as autoridades indianas se comprometam com metas agressivas de eficiência energética e reprimam a queima de biomassa nas casas, as mortes por poluição atmosférica podem chegar a 1,6 milhão em todo o país até 2030.

Fonte: Exame

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