Por causa do racismo quase perco minha filha

Foto: Reprodução/Facebook

A estudante universitária Jamille Azevedo, 22 anos, diz ter sofrido uma tentativa de roubo da filha, que tem um ano e cinco meses, nesta segunda-feira (26), durante uma parada de viagem entre São Paulo e Belo Horizonte. Ela usou uma rede social para denunciar o ocorrido e afirma ter sido vítima de racismo ao tentar provar que era mãe da criança.


Ela é moradora de Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e havia viajado para encontrar o marido, que mora em outro estado. A jovem, que é negra, conta que desembarcou em Perdões, no Sul de Minas, para ir ao banheiro, quando uma mulher se aproximou da filha.

Foto: Reprodução/Facebook

“[…] Na saída uma moça bonita com aparentemente uns 30 anos deu a mão a ela [criança]. Eu achei que ela estava brincando então não me importei muito, quando do nada essa moça começou a gritar: solta a minha filha […]. Ela veio atrás gritando e tentando puxar a minha filha do meu colo. Ninguém fazia absolutamente nada!!!! Quando um rapaz (funcionário) chegou perto e perguntou o que estava acontecendo e ela respondeu: Essa preta roubou a minha filha”, relatou em rede social.

De acordo com a estudante, o funcionário a “olhou de cima a baixo” e perguntou se teria como provar que era mãe da criança. Jamille, disse que, neste momento, a mulher mostrou uma certidão falsa – na qual constava o nome de outra criança.

“Vi meu mundo cair, pegaram a minha filha do meu colo e entregaram a ela. Vi ela andando em direção ao carro com a minha filha no colo”, descreveu. A mãe justifica que ficou tão desesperada e não teve a reação imediata de tirar da bolsa a identidade com foto e o CPF da filha.

“Por fim, depois de mostrar nossos documentos e fotos me ajudaram a pegar a minha filha. […] Eu vim embora com uma sensação horrível, de que isso ainda vai acontecer muitas e muitas vezes e por causa do racismo e preconceito quase eu perco a minha filha”, desabafou. Na parada anterior, já teria ouvido de outra pessoa que “a menina era muito branquinha” para ser filha dela.

Passada uma noite com a filha, a situação é de alívio, mas indignação. “Aliviada de estar com ela e revoltada com o que aconteceu. Na hora, ninguém procurou saber se meu marido era branco”, disse.

Fonte: Gazeta Online

Artigo anteriorSTF entrega à Câmara denúncia contra Michel Temer
Próximo artigoSony volta a fabricar discos de vinil após quase 30 anos

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui